O massacre de Haditha, que terminou com a morte de 24 civis iraquianos em 2005, foi provocado por inexperiência e paixão do “marine” americano Frank Wuterich, afirmou nesta segunda-feira o promotor da corte marcial realizada em Camp Pendleton, Califórnia.
O sargento Frank Wuterich exagerou nas ordens que deu aos homens de seu pelotão, após ter visto o corpo mutilado de um colega na beira de uma estrada na cidade iraquiana de Haditha, no dia 19 de novembro de 2005.
“Esta imagem influenciou na forma como reagiu o acusado naquele dia”, disse o promotor, comandante Nicholas Gannon, em sua declaração de abertura do julgamento de Wuterich.
O sargento dos fuzileiros, que não tinha experiência de combate, enviou seus homens à caça dos rebeldes que mataram o cabo Miguel Terrazas, de 20 anos, e a operação degenerou no massacre de civis em Haditha, afirmou o comandante Gannon.
O promotor utilizou extratos da entrevista de 2007 do sargento ao programa “60 Minutes”, da CBS, na qual Wuterich declara ao jornalista Scott Pelley que ordenou a seus homens “atirar primeiro e perguntar depois” quando invadiram a primeira casa em Haditha.
“Não queria que meus fuzileiros procurassem as armas primeiro; lhes disse o que fazer e fizeram seu trabalho”, declarou Wuterich. “Precisava garantir que nenhum dos meus fosse morto”, confessou Wuterich na entrevista a Pelley.
Seis civis morreram na primeira casa, a maioria com disparos na cabeça, incluindo mulheres e crianças encurralados em um quarto.
No total, a operação matou 19 civis, em diversas casas (incluindo dez mulheres e crianças), e outros cinco homens detidos em um carro na cena do ataque que liquidou o cabo Terrazas.