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Projeto de Netanyahu que permite câmeras em postos eleitorais é rejeitado

Medida foi considerada racista por líderes opositores árabes; eleitores irão às urnas pela segunda vez no ano em 17 de setembro

Por Da Redação
9 set 2019, 16h32

Um projeto de lei proposto pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para permitir o uso de câmeras nos postos eleitorais foi rejeitada por um comitê do Parlamento nesta segunda-feira, 9, menos de uma semana antes das eleições gerais no país.

A medida foi proposta pelo partido de Netanyahu, o Likud. O projeto permitiria que observadores filmassem os eleitores nos colégios eleitorais no dia das eleições.

A proposta foi considerada “racista” por opositores, que afirmaram que seu objetivo era intimidar eleitores árabes. Netanyahu, contudo, alega que o uso de câmeras evitaria a ocorrência de fraudes durante a votação e a contagem das cédulas.

Nas últimas eleições, em abril, o Likud enviou equipes de monitoramento com câmeras para diversos postos eleitorais, pedindo que todos registrassem possíveis atos ilegais.

Ao defender o projeto de lei no domingo 8, Netanyahu disse que a nova medida permitiria que observadores utilizassem a câmera de seus celulares para gravar tudo que acontece nos centros, com exceção das cabines, para documentar possíveis fraudes. Apesar das constantes declarações do premiê, não existem indícios de grandes irregularidades nos pleitos mais recentes.

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“Todo mundo filma”, disse. “Qualquer loja é filmada por câmeras, então os postos de voto são os únicos lugares onde você não pode filmar?”.

Já Ayman Odeh, chefe do partido da Lista Conjunta Árabe, disse no Twitter que o foco de Netanyahu ao falar sobre fraudes era “desencadear um pânico eleitoral” e “suprimir os votos árabes”.

O projeto de lei, contudo, foi rejeitado pelo Comitê de Preparativos do Parlamento por 12 votos favoráveis e 12 contrários (embates são considerados reprovação). A proposta ainda deve ser analisada em plenário na quarta-feira, 11, mas não terá tempo hábil para ser aprovada até o dia das eleições, marcadas para 17 de setembro.

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Os parlamentares que se opuseram à “lei das câmeras” querem que a eleição seja “fraudulenta e roubada”, disse Netanyahu após a proposta ter sido barrada.

A eleição da próxima semana será a segunda do ano, depois que o primeiro-ministro não conseguiu formar um governo após a primeira votação, em abril, e foi obrigado a convocar um novo pleito.

As últimas pesquisas de opinião apontam para um empate entre o seu partido, Likud, e a principal legenda da oposição, Azul e Branco, do ex-ministro da Defesa, Benjamin Gantz.

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