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Procurador rejeita inocência de Trump e aumenta pressão por impeachment

Pré-candidatos à Presidência pelo Partido Democrata se manifestaram publicamente pedindo a abertura do processo

Por Da Redação
Atualizado em 30 Maio 2019, 10h19 - Publicado em 30 Maio 2019, 10h03

O procurador especial Robert Mueller quebrou um silêncio de dois anos ontem e afirmou que seu relatório da investigação de um suposto conluio da campanha eleitoral de Donald Trump com a Rússia, em 2016, não exonerou o presidente de responder por crimes. As declarações aumentaram a pressão para que os democratas iniciem um processo de impeachment na Câmara.

Os pré-candidatos à Presidência pelo Partido Democrata Cory Booker, Kirsten Gillibrand e Pete Buttigieg se manifestaram publicamente pedindo a abertura do processo.

“O Congresso tem a obrigação moral e legal de iniciar os procedimentos de impeachment imediatamente”, disse Booker, que é senador por New Jersey. “Esse é o mais perto de uma indicação de impeachment que chegaremos”, tuitou Buttigieg, prefeito de Indiana.

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O senador por Vermont e pré-candidato Bernie Sanders não apoiou publicamente uma destituição, mas afirmou que, se o Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados “julgar necessário”, apoiará a “decisão deles de abrir uma investigação de impeachment”.

Por enquanto, contudo, ainda há resistência entre os líderes do Congresso. A presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, tem acalmado os ânimos dentro do seu partido nos últimos meses e ontem manteve o tom ponderado sobre a possibilidade de um processo de destituição.

O presidente da Comitê Judiciário, Jerry Nadler, também tem demonstrado sintonia com Pelosi. Ambos defenderam que o Congresso vá fundo em investigações sobre Trump, mas não defenderam claramente um impeachment. “Cabe ao Congresso responder às mentiras, crimes e irregularidades do presidente”, disse Nadler.

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Nos últimos dois meses, a sombra da investigação de Mueller saiu da Casa Branca e passou a pairar sobre os democratas. Desde que o procurador especial concluiu a investigação, a oposição se vê diante de um impasse.

De um lado, as conclusões são graves o bastante para que o eleitorado fiel aos democratas e crítico a Trump deixe a história para trás. De outro, líderes do partido entendem que parar de debater temas locais para investir no impeachment pode levar a população à exaustão e, se o processo for malsucedido, a oposição sairá desgastada às vésperas da eleição.

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A despeito de Mueller ter deixado claro que não inocentou o presidente, Trump voltou a repetir que não foram colhidas provas suficientes para incriminá-lo. “Nada muda em relação ao relatório de Mueller. Havia prova insuficientes e, no nosso país, a pessoa é inocente. O caso está encerrado!”, tuitou Trump.

Mueller frisou, no seu pronunciamento, informações que já constavam no relatório e afirmou que “existiram esforços múltiplos e sistemáticos de interferência” nas eleições americanas. “É importante que o relatório fale por si. Ele é meu testemunho e não vou falar nada além do que está escrito nele.”

“Se tivéssemos a certeza de que o presidente não cometeu um crime, nós teríamos dito isso”, disse, alertando que a Constituição do país o impede de fazer qualquer acusação formal contra o republicano.

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A pressão pelo impeachment provocou reações na Casa Branca. A porta-voz, Sarah Sanders, disse que o governo está preparado para isso, mas o “povo americano” não merece um processo de deposição.

“Cada minuto que o Congresso gasta nisso não é gasto em infraestrutura, não é gasto em redução dos preços de medicamentos, não é gasto em Irã, China, Coreia do Norte, em novos acordos comerciais. É um desserviço”, disse.

Durante toda a tarde, a imprensa americana analisou a possibilidade de impeachment. Uma pesquisa divulgada no dia 1º de maio mostra que a maioria dos eleitores democratas apoia a abertura do processo com base no relatório de investigação.

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Mas, quando somados os eleitores republicanos e independentes, 53% dos americanos são contra o impeachment, 39% são a favor e 8% estão indecisos.

“Os líderes democratas na Câmara não querem o impeachment. Sabem que precisarão lutar para manter as cadeiras que ganharam de republicanos em 2018. E o impeachment não passará no Senado”, disse Gary Nordlinger, professor da Universidade George Washington. “Não é como em Watergate, onde tínhamos a voz de Richard Nixon gravada planejando obstrução de Justiça.”

Atualmente, os democratas concentram a maioria dos assentos na Câmara dos Deputados, mais ainda são minoria no Senado.

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