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Primeiro-ministro da Eslováquia renuncia

País fronteiriço à Áustria vive comoção por assassinato de jornalista que investigava ligações do Governo com a máfia italiana

Por EFE
14 mar 2018, 20h25

O primeiro-ministro da Eslováquia, o social-democrata Robert Fico, anunciou nesta quarta-feira que apresentará sua renúncia nas próximas horas para salvar a atual coalizão tripartite, após a tensão causada pelo assassinato de um jornalista no final de fevereiro.

“Estou disposto a apresentar a renúncia se forem cumpridas três condições”, disse Fico, explicando que elas são a de que o presidente do país, Andrej Kiska, “respeite os resultados das eleições de 2016”, “respeite e garanta o atual acordo de coalizão vigente” e volte a convidar o partido social-democrata para formar o novo governo.

“Se o presidente estiver de acordo com estas condições, e hoje tivermos uma conversa construtiva, estou disposto a apresentar amanhã a minha renúncia e apresentar um candidato do partido para liderar o governo”, acrescentou o social-democrata em pronunciamento transmitido pela televisão.

A decisão de Fico foi aceita pelos aliados nacionalistas e da minoria húngara, que com os sociais-democratas formam a maioria parlamentar.

Com este anúncio, pendente de confirmação pelo chefe de Estado, aparentemente se soluciona a crise causada no país após a morte, a tiros, do repórter Jan Kuciak, que tinha informado sobre supostos vínculos entre o crime organizado, a máfia italiana e altas esferas da política na Eslováquia.

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Sobre o momento de instabilidade que o país centro-europeu atravessa, Fico o atribuiu “à exploração sem escrúpulos, por motivos políticos, da morte de dois jovens”, em referência ao jornalista e a sua namorada, Martina Kusnirova, ambos assassinados a tiros em 25 de fevereiro.

Vários protestos foram realizados nos últimos dias em Bratislava e em muitas partes do país para pedir a renúncia do governo, o qual muitos consideram incapaz de combater a corrupção e em conluio com o crime organizado.

Diante dessa alegação, Fico disse hoje que “faz tempo que a oposição e a imprensa se esqueceram da necessidade de investigar o assassinato e cooperam para desestabilizar a sociedade”.

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“Devo denunciar a exploração da morte de dois jovens por parte da oposição”, disse o presidente do Parlamento, Andrej Danko, chefe do partido nacionalista governante SNS, e que hoje classificou vários líderes da oposição como uma “matilha de ferozes, cínicos, perversos e manipuladores”.

“Elogiamos muito a decisão do primeiro-ministro, que pode trazer concórdia, [além de] um novo governo e poder continuar com o que começamos há dois anos”, afirmou, por sua vez, o líder da minoria húngara, Belá Búgar, cuja legenda havia inicialmente exigido a antecipação de eleições e agora mudou o ponto de vista.

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