Primeiro-ministro da Armênia renuncia após protestos da oposição
Serj Sargsyan era acusado de transformar o país de república presidencial em parlamentar com o único objetivo de se perpetuar no poder
O primeiro-ministro e ex-presidente da Armênia, Serj Sargsyan, anunciou a renúncia ao cargo nesta segunda-feira, após grandes protestos da oposição para que abandonasse o posto. A oposição acusa Sargsyan de ter reformado o sistema político com o único objetivo de se perpetuar no poder, transformando a Armênia em uma república parlamentar e assumindo o cargo máximo no país.
Segundo Sargsyan, o líder opositor Nikol Pashinian tinha razão. “Eu estava errado. A situação que se gerou tem várias soluções, mas não aceito nenhuma delas. Não é o meu estilo. Deixo o posto de primeiro-ministro.”
O ex-mandatário armênio, designado primeiro-ministro há apenas uma semana, admitiu que os protestos populares que reuniram mais de 100.000 pessoas em Erevan no último domingo contra seu governo deveriam ser respeitados. “Cumpro a exigência de vocês. Desejo paz ao nosso país”, afirmou.
Segundo a reforma constitucional aprovada em 2015 e que entrou em vigor neste ano, a Armênia deixou de ser uma república presidencial para se transformar em uma parlamentar, na qual o poder político está nas mãos do primeiro-ministro, enquanto o presidente e chefe do Estado tem um papel meramente representativo.
As manifestações contra Sargsyan começaram no último dia 13 e desde então aumentaram e se estenderam por outras cidades do país.
No domingo, 160.000 pessoas – segundo a oposição de Sargsyan – se manifestaram no centro de Erevan, em um dos maiores protestos na história da cidade, que tem pouco mais de um milhão de habitantes.
Nos últimos dias foram detidos centenas de opositores, entre eles Pashinian, que desde ontem estava sob custódia policial e foi posto em liberdade pouca horas antes da renúncia de Sargsyan.
(Com EFE)