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Preso por três anos, professor americano é libertado na Rússia após negociação com EUA

Marc Fogel, de 63 anos, recebeu uma sentença de 14 anos por contrabandear maconha para o país em 2021

Por Redação
11 fev 2025, 17h44

Marc Fogel, 63 anos, se reunirá com a família ainda nesta terça-feira. (Andy Ngo/Twitter)

O professor americano Marc Fogel, de 63 anos, foi libertado após mais de três anos de prisão na Rússia, anunciou o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Mike Waltz, nesta terça-feira, 11. Condenado em 2021 por contrabandear maconha para o país, Fogel foi solto após uma negociação entre Washington e Moscou, mediada pelo enviado especial dos EUA, Steve Witkoff.

Em comunicado, Waltz afirmou que os EUA e a Rússia “negociaram um acordo que demonstra boa fé dos russos e sinaliza um possível avanço para encerrar a guerra brutal na Ucrânia”, a poucos dias da marca de três anos. Não foram divulgados detalhes sobre as concessões do lado americano no acordo.

Natural da Pensilvânia, Fogel foi preso em 2021 ao entrar na Rússia com 17 gramas de maconha medicinal, que havia sido prescrita nos EUA. Professor na Escola Anglo-Americana de Moscou desde 2012, ele também lecionou em países como Omã e Malásia. Sua sentença de 14 anos de prisão chamou atenção internacional por ser considerada desproporcional em relação a casos semelhantes.

Negociações anteriores entre Washington e Moscou já resultaram em trocas de prisioneiros, como a libertação da jogadora de basquete Brittney Griner, presa por posse de maconha e trocada pelo traficante de armas russo Viktor Bout. A família de Fogel celebrou a libertação, classificando o período de sua prisão como “o mais sombrio e doloroso de suas vidas”. “Hoje, começamos a nos curar. Pela primeira vez em anos, podemos olhar para o futuro com esperança”, disseram em nota. Espera-se que Fogel se reúna com a família ainda nesta terça-feira.

Trump e guerra na Ucrânia

A libertação do professor ocorre em meio ao esforço do presidente dos EUA, Donald Trump, em encerrar o conflito na Ucrânia. No domingo, o republicano disse ter conversado com o presidente russo, Vladimir Putin, por telefonema, mas não deu detalhes sobre o bate-papo. Em entrevista recente à emissora americana Fox News, ele sugeriu que a Ucrânia “pode ser russa algum dia”, enquanto seu vice, JD Vance, se prepara para um encontro com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ainda nesta semana.

O representante da Rússia para as relações com os Estados Unidos, o vice-chanceler Sergei Ryabkov, afirmou, nesta segunda-feira 10, que as condições de Putin devem ser cumpridas integralmente para um ponto final no confronto. A declaração foi emitida um dia após Zelensky comunicar que estaria pronto para sentar-se à mesa de negociações com os russos para discutir um acordo de paz. Mas ele impôs uma condição: que exista “um entendimento de que os Estados Unidos e a Europa não nos abandonarão” depois da guerra.