Presidente do Peru registra índice de aprovação de apenas 3%
Governo de Dina Boluarte é marcado por crises, incluindo o assassinato daqueles que questionavam sua legitimidade e onda de crimes
O índice de aprovação do governo da presidente do Peru, Dina Boluarte, caiu para 3% — pouco mais de um milhão de cidadãos —, um recorde negativo durante seu mandato, de acordo com uma pesquisa da Datum Internacional divulgada nesta segunda-feira, 18.
A rejeição a chefe de Estado só cresceu no último trimestre: em agosto e setembro, seu índice de desaprovação foi de 91% e, em outubro, atingiu 92%. Poucas semanas depois, esse número aumentou dois pontos percentuais até novembro.
A pesquisa também revelou que a desaprovação à gestão de Boluarte ultrapassa os 90% em todos os níveis socioeconômicos e faixas etárias do Peru, sendo a maior aprovação de 6% no nível socioeconómico E e no leste do país.
Assim como a presidente, diversos membros de seu governo também possuem índices de aprovação muito baixos. O atual primeiro-ministro, Gustavo Adrianzén, registrou uma aprovação de 6%, o nível mais baixo de popularidade atingido por um premiê peruano pelo menos nos últimos 13 anos, de acordo com o jornal El Comercio.
Crise no Executivo
Desde sua chegada ao Palácio do Governo em dezembro de 2022, Boluarte teve um mandato marcado por diversas crises, incluindo o assassinato daqueles que questionavam a legitimidade de seu governo, a participação de seu irmão em diversas instâncias governamentais e sua incapacidade de conter a forte onda de criminalidade no Peru.
A primeira mulher a liderar o governo do Peru substituiu o ex-presidente Pedro Castillo, que foi preso em 2022 por tentar aplicar um golpe de Estado no país ao dissolver parcialmente o Congresso e convocar novas eleições.
Em meio a altos índices de criminalidade, o Executivo decretou estado de emergência em diversos distritos do país em setembro, mas não conseguiu frear os casos de extorsão, assassinatos, sequestros e roubos. Em outubro, o Sistema de Informação de Óbitos (Sinadef) relatou que o número de homicídios em 2024 já havia ultrapassado os 1.431 registrados em todo o ano de 2023 no país.
Em protesto contra a violência generalizada, o sindicato dos transportes promoveu greves para exigir que as autoridades tomem medidas efetivas contra onda de criminalidade.
Boluarte, por sua vez, tentou deslegitimar as greves nacionais ao alegar que o movimento contava com a participação de supostos apoiadores do ex-presidente Castillo.