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Presidente do Paraguai depõe em investigação sobre Itaipu

Mario Abdo Benítez foi ouvido por três promotores do Ministério Público durante cinco horas na residência oficial, em Assunção

Por Redação
11 ago 2019, 21h49

O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, prestou depoimento a três promotores que investigam o acordo assinado com o Brasil para a utilização da eletricidade da usina de Itaipu, em um negócio que seria prejudicial para o Paraguai. A oitiva de Abdo Benítez durou cinco horas neste domingo, 11.

“O presidente respondeu nossas perguntas, mas não podemos dar detalhes porque a investigação continua”, afirmou neste domingo a promotora Liliana Alcaraz, em entrevista coletiva em uma sala da residência oficial do presidente, em Assunção.

Os demais agentes do Ministério Público – Susy Riquelme e Marcelo Pecci – confirmaram que o chefe de Estado colocou à disposição seu telefone celular para verificar as mensagens a diferentes funcionários sobre a assinatura da ata.

O documento foi rubricado por representantes dos dois países em 24 de maio passado em Brasília, mas em 1º de agosto o Paraguai o anulou de maneira unilateral, após protestos da população e de partidos opositores, além da renúncia de autoridades paraguaias. A chancelaria brasileira até o momento não aprovou a revogação.

Construída em 1974 sobre o rio Paraná, Itaipu é compartilhada pelos dois países e tem 20 turbinas. A represa gera eletricidade desde 1984 e cada país é dono de 50% da produção. Como o Paraguai consome somente 16% dessa energia, tem a liberdade para ceder o excedente ao Brasil, que desde 2009 paga 340 milhões de dólares anualmente.

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O tema se tornou controverso porque poderia prejudicar o Paraguai com a venda de energia excedente da usina para o Brasil. O país perderia todos seus excedentes e, caso chegasse a precisar de parte dessa energia por, por exemplo, uma queda na produção, teria de comprá-la do Brasil por preço maior.

Após ser conhecido o conteúdo da ata, o presidente da estatal Administração Nacional de Eletricidade (Ande), Pedro Ferreira, pediu demissão, dizendo que não concordava com o texto. Ferreira explicou que a assinatura ocorreu de modo secreto, que os técnicos não foram convidados e que o acordo obrigava o Paraguai a contratar de 2019 a 2022 a compra da energia excedente de Itaipu.

Apesar de ser bilateral, Itaipu vende sua produção à Ande do Paraguai e à Petrobras do Brasil e proíbe a comercialização para outras nações.

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O novo ministro das Relações Exteriores paraguaio, Antonio Rivas, disse que as negociações entre os dois países voltarão ao nível técnico. O antecessor dele, Luis Castiglioni, renunciou há alguns dias por causa do escândalo.

O Partido Liberal Radical Autêntico, o maior da oposição, defendeu na semana passada que o Congresso realize um julgamento político que poderia resultar no impeachment de Abdo Benítez e de seu vice, Hugo Velázquez. A sigla, porém, não reuniu os votos necessários para abrir o processo.

A chancelaria brasileira emitiu um comunicado no qual expressa que “o Brasil confia que o processo será conduzido sem ruptura da ordem democrática”.

(com Estadão Conteúdo)

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