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Presidente do Níger pede ajuda aos EUA após golpe: ‘País está sob ataque’

Mohamed Bazoum, deposto por militares na semana passada, exortou a comunidade internacional a restaurar a ordem constitucional na nação africana

Por Da Redação
4 ago 2023, 09h59

O presidente deposto do Níger, Mohamed Bazoum, pediu ajuda aos Estados Unidos e à comunidade internacional nesta sexta-feira, 4, para “restaurar a ordem constitucional” no país africano. Sua fala ocorre uma semana depois da Guarda Presidencial completar um golpe de Estado contra ele, alegando problemas de segurança na nação, e formar um novo governo militar.

“Em nossa hora de necessidade, apelo ao governo dos Estados Unidos e a toda comunidade internacional para nos ajudar a restaurar nossa ordem constitucional. Lutar pelos nossos valores comuns, incluindo o pluralismo democrático e o respeito pelo estado de direito, é a única forma de fazer um progresso sustentável contra a pobreza e o terrorismo. O povo nigeriano nunca esquecerá seu apoio neste momento crucial de nossa história”, escreveu o presidente em um artigo publicada no jornal americano The Washington Post.

Bazoum se considera “um refém”. “O Níger está sob ataque de uma junta militar que tenta derrubar nossa democracia, e eu sou apenas um entre centenas de cidadãos que foram presos de forma arbitrária e ilegal”, diz ele no texto.

“Este golpe, lançado contra o meu governo por uma facção militar em 26 de julho, não tem justificativa. Se for bem-sucedida, terá consequências devastadoras para nosso país, nossa região e o mundo inteiro”, alertou, destacando que chegou ao poder em 2021 por meio de eleições democráticas.

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Nesse sentido, manifestou “apreço” pelas “fortes e inequívocas condenações a esta cínica tentativa de solapar os notáveis ​​progressos que o Níger tem conseguido em regime de democracia”, em referência à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), à União Africana, à União Europeia e aos Estados Unidos.

“Os golpistas alegam falsamente que agiram para proteger a segurança do Níger. Eles alegam que nossa guerra contra os terroristas jihadistas está fracassando e que meu governo econômico e social, incluindo alianças com os Estados Unidos e a Europa, prejudicou nosso país. Na verdade, a situação de segurança no Níger melhorou dramaticamente”, explicou Bazoum no Post.

O presidente deposto alegou que “quase não houve ataques durante dois anos e os refugiados estão voltando para suas aldeias” no sul do país, onde diminuiu a ameaça do grupo terrorista Boko Haram.

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“Como prova dessa realidade, nossos parceiros estão mudando suas operações de ajuda humanitária para iniciativas de desenvolvimento, como geração de energia sustentável, melhoria da produtividade agrícola e educação da próxima geração”, disse ele.

Além disso, afirmou que a situação de segurança em seu país é “significativamente melhor” do que a de seus vizinhos Mali e Burkina Faso, onde também há governos instalados por golpes militares que ocorreram nos últimos dois anos.

O general Abdourahmane Tchiani, ex-chefe da Guarda Presidencial, anunciou a queda de Bazoum e o fechamento das fronteiras na semana passada, devido à profunda crise econômica e de segurança no país, que enfrenta um aumento das operações de ramos do Estado Islâmico e grupos da Al Qaeda.

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O golpe voltou a despertar preocupações com a instabilidade política no Níger, país abalado por quatro – agora cinco – golpes desde que conquistou a independência da França, em 1960, além de várias tentativas fracassadas, a última delas em 2021, dias antes de Bazoum assumir o cargo.

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