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Prêmio Nobel e ex-presidente da Costa Rica diz que EUA revogaram seu visto

Óscar Arias Sánchez, que liderou o país centro-americano por oito anos, é crítico de Trump e disse que presidente dos EUA age como um 'imperador romano'

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 2 abr 2025, 08h33

Ganhador do Prêmio Nobel e ex-presidente da Costa Rica, Óscar Arias Sánchez comunicou na terça-feira, dia 1º, que os Estados Unidos revogaram sem justificativa o seu visto para entrar no país. Crítico veemente do presidente americano, Donald Trump, ele tornou-se o mais conhecido em uma série de indivíduos que tiveram seus documentos de viagem cancelados ou tiveram a entrada barrada, uma vez que o governo passou a recusar estrangeiros que diz terem “atitudes hostis” em relação a Washington.

Arias, que ganhou Nobel da Paz em 1987 por intermediar um plano para acabar com as guerras civis na América Central, disse que recebeu um breve e-mail do governo dos Estados Unidos informando que seu visto havia sido revogado. Em uma entrevista coletiva em San José, capital da Costa Rica, ele disse que a mensagem, que recebeu na terça-feira de manhã, citava a Seção 221(i) da Lei de Imigração e Nacionalidade, que permite que o secretário de Estado e funcionários consulares revoguem vistos a seu critério.

O Departamento de Estado americano não se pronunciou sobre o caso.

“Não sei por que revogaram meu visto”, disse Arias na repórteres. “Não sei se a revogação do meu visto é algum tipo de punição, porque eu digo o que penso.”

O ex-presidente da Costa Rica vem feito críticas ao governo americano nas redes sociais. Em fevereiro, ele escreveu no Facebook que Trump se comporta como “um imperador romano, dizendo ao resto do mundo o que fazer”.

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“Se alguém quer me punir na esperança de me silenciar, isso não vai funcionar”, afirmou ele na coletiva. Arias acrescentou que não tinha planos de viajar para os Estados Unidos e não deu informações sobre que tipo de visto tinha nem sobre o prazo de validade do documento.

Presidente da Costa Rica de 1986 a 1990 e de 2006 a 2010, ele ainda é uma das principais figuras do país e dirige a Fundación Arias para la Paz, que defende a democracia.

Deportações crescem

A situação ocorre após o governo Trump decidir deportar estrangeiros com visto de estudante e permissões de residência que participaram de protestos pró-Palestina em campi universitários contra a guerra de Israel em Gaza, ou que podem ter criticado os Estados Unidos.

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O secretário de Estado, Marco Rubio, também ordenou que diplomatas examinassem as redes sociais de quem solicita visto americano. Um telegrama enviado a missões no exterior em 25 de março declarou que os requerentes podem ter o visto negado se mostrarem “uma atitude hostil em relação aos cidadãos dos ou à cultura dos Estados Unidos (incluindo governo, instituições ou princípios fundadores)”.

+ Deportação em massa causa temor em brasileiros ilegais nos Estados Unidos

Na semana passada, Rubio disse que assinou mais de 300 cartas revogando vistos de estudantes, visitantes e outros estrangeiros para expulsá-los do país por causa de suas opiniões sobre política externa ou atividades criminosas.

No mês passado, Paris disse que um cientista francês foi impedido de entrar nos Estados Unidos por criticar as políticas do governo Trump no campo da pesquisa acadêmica. Autoridades americanas, porém, negaram a justificativa, afirmando sua entrada foi recusada não por causa de suas crenças pessoais, mas porque tinha dados “confidenciais” de um laboratório americano.

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