Premiê ucraniano diz que haverá Terceira Guerra Mundial se Rússia vencer
Denys Shmyhal defende que derrota da Ucrânia 'destruirá sistema global de segurança', que poderia levar a múltiplos conflitos bélicos ao redor do globo
O primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, alertou em entrevista que foi ao ar nesta quinta-feira, 18, que haverá uma “Terceira Guerra Mundial” se o seu país perder o conflito contra a Rússia. A declaração ocorre enquanto os Estados Unidos tentam aprovar um novo pacote de financiamento para aliados, que inclui a Ucrânia, Israel e Taiwan, paralisado há quase um ano no Congresso, que Shmyhal disse ser vital para a resistência de Kiev.
“Se não protegermos a Ucrânia, (o país) cairá”, disse ele. “Assim, o sistema global de segurança será destruído e todo o mundo terá de encontrar um novo sistema de segurança. Ou haverá muitos conflitos, muitos tipos de guerras e, no final das contas, isso poderá levar à Terceira Guerra Mundial”, explicou.
Alertas sombrios
Esta não é a primeira vez que a Ucrânia emite um aviso alarmante sobre as consequências da sua potencial derrota. No ano passado, o presidente do país, Volodymyr Zelensky, disse que se a Rússia ganhasse o conflito, poderia invadir a Polônia, desencadeando a Terceira Guerra Mundial.
O Kremlin, porém, ridicularizou as conjecturas, taxando-as de conspirações ocidentais. No mês passado, o presidente russo, Vladimir Putin, rejeitou como “completamente sem sentido” as sugestões de que poderia atacar nações do Leste Europeu.
A Rússia nunca atingiu um país da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que inclui a Polônia. O pacto de defesa coletiva do grupo significa que, quando um dos 32 membros da aliança sofre uma ofensiva, isso constitui uma ofensiva a todos – e portanto todos devem responder.
Auxílio externo
Sobre a assistência americana à segurança da Ucrânia, o premiê declarou: “Precisamos deste dinheiro para ontem. Não amanhã, não hoje”.
Apesar do tom desesperado, expressou “otimismo cauteloso” de que os legisladores dos Estados Unidos aprovariam o projeto de lei, que reserva US$ 61 bilhões a Kiev, apesar da forte oposição da ala linha-dura do Partido Republicano. Para esse grupo, a Casa Branca não deveria “gastar dinheiro” com conflitos em outros países, sendo que Washington precisa se proteger também.
A Câmara dos Deputados deve votar o pacote neste sábado, 20.
Moscou já afirmou que qualquer nova rodada de financiamento americano “não fará diferença no campo de batalha”, já que a situação na linha de frente é “desfavorável” para Kiev.