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Premiê de Bangladesh renuncia e manifestantes invadem residência oficial

Sheikh Hasina era alvo de movimento antigoverno desde junho e fugiu do país após 100 morrerem em ato no domingo; General fala em 'governo provisório'

Por Da Redação
5 ago 2024, 08h44

A primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, renunciou nesta segunda-feira, 5, em meio a uma onda de protestos violentos que, só no domingo 4, deixaram quase 100 mortos. Após a imprensa local afirmar que a líder havia deixado o cargo e fugido do país, milhares de manifestantes invadiram sua residência oficial.

Mais tarde nesta segunda, o comandante do Exército de Bangladesh, Waker-Uz-Zaman, confirmou a renúncia da primeira-ministra de 76 anos em uma mensagem à nação exibida pela televisão estatal.

“Vamos formar um governo provisório”, declarou o general, acrescentando que está se reunindo com “stakeholders” e que consultou representantes dos partidos políticos e da sociedade civil do país antes de fazer a sua declaração.

Invasão

Imagens de redes de TV locais mostraram milhares de manifestantes invadindo a residência oficial da primeira-ministra. As cenas incluíram pessoas agarrando cadeiras, derrubando móveis e quebrando portas de vidro.

Um jornalista ouvido pela agência de notícias AFP afirmou que mais de 1,5 mil pessoas estavam dentro da residência oficial. Ele também descreveu os invasores quebrando móveis e vidros.

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Onda de protestos

A renúncia ocorreu após um dos dias mais sangrentos na história recente do país asiático. Hasina, que governava o país desde 2009 – tendo conquistado o quarto mandato consecutivo em janeiro em eleição boicotada pela oposição –, enfrentava uma onda de protestos populares contra o governo desde o final de junho, e confrontos com a polícia levaram à morte de 94 pessoas só no domingo 4.

A série de manifestações teve início quando um movimento estudantil começou a denunciar as chamadas cotas de admissão para cargos públicos – consideradas “arbitrárias” pelo grupo. Os protestos se transformaram em um levante mais amplo contra o governo, pedindo a renúncia de Hasina, e passaram a ser duramente reprimidos. Ao todo, foram cerca de 300 pessoas mortas desde o fim de junho.

O número de mortos no domingo, que inclui ao menos 13 policiais, foi o mais alto em um único dia entre todos os protestos na história recente de Bangladesh. O recorde anterior havia sido de 67 mortes em 19 de julho, quando estudantes saíram às ruas contra as cotas.

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