Mundo

Prefeita recém-eleita na Alemanha é internada em estado crítico após ataque a facadas

Iris Stalzer, de centro-esquerda, sofreu ferimentos no pescoço e abdômen; Autoridades não descartam motivação ideológica por trás do ataque

Por Júlia Sofia SEGUIR SEGUINDO Atualizado em 7 out 2025, 17h19 - Publicado em 7 out 2025, 15h12

Prefeita do oeste da Alemanha está em tratamento intensivo após esfaqueamento (Alex Talash/Getty Images)

A prefeita eleita da cidade de Herdecke, no oeste da Alemanha, Iris Stalzer, de 57 anos, está internada em estado crítico após ter sido esfaqueada em frente à própria casa nesta terça-feira, 7. De acordo com a imprensa local, a política do Partido Social-Democrata (SPD) conseguiu se arrastar até o interior da residência antes de ser socorrida e levada de helicóptero a um hospital.

O chanceler Friedrich Merz, da União Democrata-Cristã (CDU), classificou o episódio como um “crime hediondo” e pediu uma investigação rápida. “Tememos pela vida da prefeita eleita, Iris Stalzer, e torcemos por sua recuperação completa. Meus pensamentos estão com sua família e entes queridos”, escreveu ele em sua conta no X (ex-Twitter).

Em comunicado conjunto, a polícia e o Ministério Público informaram que “todas as possibilidades estão sendo analisadas” e não descartaram a hipótese de envolvimento de familiares. Os dois filhos de Stalzer, de 15 e 17 anos, foram levados para prestar depoimento. Segundo o jornal alemão Bild, um deles disse à polícia que a mãe teria sido atacada por vários homens — versão que não foi confirmada oficialmente.

Advogada trabalhista e figura conhecida da política local, Stalzer venceu em setembro as eleições municipais com apoio do Partido Verde e tomaria posse em novembro, após derrotar o candidato conservador. O episódio ocorre semanas depois de uma campanha marcada por retórica agressivo na Renânia do Norte-Vestfália, estado mais populoso da Alemanha.

O ataque reacende memórias de outros atentados contra políticos no país. Em 2019, Walter Lübcke, conservador favorável à política pró-imigração de Angela Merkel, foi assassinado por um extremista de direita. Quatro anos antes, Henriette Reker, candidata à prefeitura de Colônia, sobreviveu a um esfaqueamento também motivado por ódio ideológico.

Um estudo publicado em maio descobriu que 60% dos políticos na Alemanha sofreram violência pelo menos uma vez, com um em cada cinco dizendo que isso os tornou mais relutantes em aparecer em público.