Portugal emprestará ao Brasil coração preservado de dom Pedro I
Órgão do rei português e primeiro imperador brasileiro foi solicitado como parte da celebração de 200 anos da independência brasileira, em 7 de setembro

O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, anunciou nesta quarta-feira, 22, que o coração de dom Pedro I, mantido com todos os cuidados necessários na igreja da Lapa há 187 anos, será emprestado pelo governo português ao Brasil para a celebração de 200 anos da independência do país, em 7 de setembro.
Ainda não foi concluída a avaliação científica ao coração pedida ao Instituto de Medicina Legal do Porto, que assegura a viagem da relíquia, mas já há a indicação que pode “fazer a viagem”. Também não há, segundo ele, uma data definida para o transporte, mas o coração deve ser transportado em um avião da Força Aérea Brasileira, com despesas pagas por Brasília.
Enquanto o órgão está preservado em formol na igreja da Lapa, a pedido do próprio monarca em seu testamento, o corpo do primeiro imperador brasileiro está guardado em São Paulo, no complexo do Museu do Ipiranga.
“O relatório de perícia ainda não está concluído, mas já foi assegurado que o coração poderá ser transladado temporariamente ao Brasil, mediante exigência de transporte em ambiente pressurizado”, disse o presidente da Câmara. A análise envolveu “especialistas, docentes e investigadores de duas escolas de medicina do Porto, a Faculdade de Medicina do Porto e o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar”.
Além dos detalhes da viagem, a permanência do coração e as condições gerais ainda precisam ser discutidas entre o governo português e o Itamaraty.
“Depende do que for acertado entre o Estado português e brasileiro, mas é provável que seja no início de setembro, porque haverá uma comemoração em Brasília em 8 de setembro, onde estará o Presidente da República de Portugal”, afirmou o presidente da Câmara.
O embaixador brasileiro George Prata, um dos coordenadores das comemorações do bicentenário da independência do Brasil, anunciou que o governo do seu país tinha enviado um pedido oficial a Portugal para a trasladação do coração de d. Pedro. Disse também que, se a trasladação fosse possível, a ideia é que, “em primeiro, o coração vá para Brasília”, capital do país e que “não deve focar mais de um ano” em solo brasileiro.






