Portugal cogita enviar pacientes com Covid-19 para outros países
Em entrevista, ministra da Saúde afirmou que governo estuda possibilidade de pedir ajuda internacional, incluindo para uso de hospitais de outras nações
Perto do limite depois de semanas de crescimento constante no número de hospitalizados pela Covid-19, o governo de Portugal agora cogita pedir ajuda internacional e enviar pacientes infectados a hospitais de outros países. A revelação foi feita pela ministra da Saúde, Marta Temido, em uma entrevista à rede pública RTP na noite de segunda-feira 26.
Segundo Temido, “o governo português está acionando todos os mecanismos que dispõe, principalmente no quadro internacional, para garantir que dê a melhor assistência”.
Questionada pela entrevistadora se o Executivo planeja pedir “ajuda internacional, ajuda europeia, para enviar pacientes” a outros países, a ministra respondeu que Portugal, por sua posição no extremo ocidente da Europa, possui dificuldades geográficas. Mesmo assim, a possibilidade está sendo estudada.
“Estamos em um extremo da península e, assim, com maiores dificuldades geográficas. Mas, de qualquer forma, há mecanismos e formas de obter auxílio e de ajustar formas de colaboração, e naturalmente estamos as cogitando”, disse.
A ministra também destacou que é preciso levar em consideração que “toda a situação europeia é preocupante”.
A última semana foi a pior no país desde o começo da pandemia, com o recorde diário de 275 óbitos mortos registrados no último domingo. O número de casos registrados girou em torno de 14.000 por dia.
Antes mesmo de superar a marca , Portugal já apresentava mais de 80 mil infecções na última semana, o que o coloca em primeiro lugar no mundo em número de novos casos em relação à sua população, superado apenas pelo enclave britânico de Gibraltar, de acordo com os dados coletados pela AFP das autoridades nacionais.
O crescimento rápido no número de infecções colocou os hospitais à beira de um colapso. Com cerca de dez milhões de habitantes, Portugal soma, ao todo, 643.113 casos positivos, incluindo 10.721 mortes.