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Por que ‘pior enchente do século’ foi tão forte e deixou tantos mortos na Espanha

Maior catástrofe climática do país deixa mais de 150 mortos e revela vulnerabilidades na infraestrutura espanhola

Por Da Redação
31 out 2024, 18h48

As enchentes que atingiram Valência, no leste da Espanha, classificadas como as piores do século, já deixaram mais de 150 mortes e dezenas de desaparecidos até esta quinta-feira, 31. Especialistas apontam que a frequência do fenômeno climático extremo conhecido como DANA (Depressão Isolada de Alta Altitude) parece estar aumentando devido às mudanças climáticas.

Entenda o fenômeno DANA

As enchentes foram causadas pela interação entre massas de ar frio e quente sobre as águas quentes do Mediterrâneo, resultando em nuvens densas e chuvas torrenciais. Em algumas localidades, a precipitação chegou a superar 300 litros por metro quadrado em apenas algumas horas, criando condições catastróficas que permaneceram estacionárias e ampliaram o potencial destrutivo.

Ao todo, a catástrofe natural mais mortal já registrada no país deixou 155 mortos em Valência, dois em Castilla-La Mancha e um em Andaluzia.

A região leste e sul da Espanha é particularmente vulnerável ao DANA devido à localização entre o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo, onde massas de ar quentes e úmidas se encontram com frentes frias, favorecendo a formação de tempestades.

De acordo com Rubén del Campo, porta-voz da Agência Meteorológica Nacional (Aemet), esta DANA foi uma das três tempestades mais intensas do último século na região, com algumas cidades recebendo a quantidade de chuva equivalente a um ano em poucas horas.

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Além das condições climáticas, a gravidade das enchentes também pode ser atribuída à urbanização inadequada, que resultou em solos impermeáveis e uma infraestrutura deficiente para enfrentar eventos climáticos extremos. A alta densidade populacional na área metropolitana de Valência, que abriga 1,87 milhão de pessoas, exacerbou o impacto da tragédia, especialmente em localidades densamente povoadas, como Paiporta, onde ocorreram muitas fatalidades.

Outro fator agravante foi o momento em que as chuvas começaram, no final da tarde de terça-feira, quando muitos moradores estavam fora de casa. As mortes ocorreram em veículos ou enquanto as pessoas tentavam se refugiar em árvores ou postes.

Além disso, a resposta das autoridades foi criticada: embora a Aemet tenha emitido um alerta vermelho pela manhã, a proteção civil só enviou um aviso à população às 20h15, quando as inundações já tinham causado estragos significativos.

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