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Por que os papas mudam de nome – e qual pode ser o do novo pontífice?

É comum que os papas adotem nomes que reflitam seus ideais ou prestem homenagem a figuras marcantes da Igreja Católica

Por Sara Salbert Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 Maio 2025, 12h59 - Publicado em 7 Maio 2025, 12h23

A substituição do nome original do cardeal que vira papa por um novo, de conotação religiosa, conhecido como “nome pontifício“, é um dos primeiros atos simbólicos após o conclave e carrega séculos de tradição da Igreja Católica.

Apesar de não haver uma exigência doutrinária, a mudança de nome se tornou uma prática consolidada desde a Idade Média. A tradição começou no século VI com o Papa João II, que abandonou seu nome de nascimento, Mercúrio, por considerá-lo ligado à mitologia pagã.

Desde então, é comum que os papas adotem nomes que reflitam seus ideais ou prestem homenagem a figuras marcantes da Igreja. O Papa Francisco, que se chamava Jorge Mario Bergoglio, por exemplo, homenageou São Francisco de Assis ao adotar um nome associado à paz, à pobreza e à proteção da natureza. Já Bento XVI escolheu seu nome como referência à reconciliação e à paz, homenageando tanto em São Bento quanto no Papa Bento XV, que foi chefe da igreja durante a Primeira Guerra Mundial.

Após o século X, adotar um nome pontifício tornou-se uma prática comum para os papas eleitos, com pontífices de países como França e Alemanha escolhendo nomes com sonoridade mais italiana para imitar seus predecessores.

Alguns nomes, no entanto, são evitados. O nome Pedro, por exemplo, certamente não será escolhido por respeito ao primeiro papa, o apóstolo São Pedro, mas também por causa de uma profecia secular de que Pedro II seria o último papa a servir. Outros, como Urbano ou Pio, tendem a ser descartados por suas associações históricas controversas.

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Atualmente, o nome mais popular na história do papado é João, usado por 21 pontífices. (A numeração chegou a 23, com João XXIII, por causa de dois erros clericais na Idade Média: primeiro, o “antipapa” João XVI teve o nome mantido na sequência de numeração, apesar de não ter sido oficialmente reconhecido e devidamente eleito; depois, o número XX foi pulado porque o papa João XXI contou João XIV duas vezes.)

Gregório e Bento também são nomes pontifícios populares, com 16 e 15 usos, respectivamente. Francisco, por sua vez, foi uma escolha inesperada, algo que não acontecia desde o século X com o breve pontificado de Lando.

O argentino Jorge Mario Bergoglio adotou o nome de São Francisco de Assis, conhecido por sua humildade, vida de pobreza e amor a todas as criaturas. Com essa escolha, sinalizou um papado focado naqueles que são frequentemente vistos como excluídos, incluindo os pobres, os presos e a comunidade LGBTQ+, promovendo a paz, a fraternidade e o cuidado com o meio ambiente.

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Possíveis escolhas para o novo papa

Entre as possíveis escolhas para um novo papa que deseje enfatizar justiça social ou reforma estão nomes como Leo, uma referência a Leão XIII, conhecido por sua dedicação à justiça social, ou Inocêncio, uma referência a Inocêncio XIII, que buscou erradicar a corrupção. Já um pontífice do Sul Global, como o papa Francisco, pode optar por nomes não italianos, como Gelásio, Milcíades ou Vítor, todos originários do continente africano.

Curiosamente, o próprio Francisco sugeriu, em tom de brincadeira, que seu sucessor poderia ser João XXIV, indicando um sucessor do progressista papa João XXIII da época do Concílio Vaticano II – que trouxe um sopro de renovação à Igreja, o que Francisco tentou replicar.

Quando o novo papa for eleito, seu nome será anunciado ao mundo por um cardeal no balcão central da Basílica de São Pedro, em latim, após a tradicional fumaça branca sinalizar o fim do conclave.

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