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Por que o Irã está impedindo cidadãos de passearem com seus cachorros em público

Após anos de fiscalização permissiva, cidades retomam proibição

Por Júlia Sofia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 jun 2025, 18h47

Após anos de fiscalização flexível, o Irã voltou a reprimir com rigor passeios na rua com cães. Pelo menos 20 cidades anunciaram nos últimos dias que vão aplicar com firmeza a proibição imposta em 2019, sob alegações de riscos à saúde, à segurança e à pureza religiosa, reportou a mídia estatal iraniana nesta segunda-feira, 9. Para as autoridades iranianas, cães de estimação representam não apenas uma ameaça à ordem social, mas também um sinal da influência cultural ocidental.

Embora não haja nenhuma lei que proíba totalmente a posse de cães, ela é desencorajada no país desde a Revolução Islâmica de 1979. Autoridades locais têm introduzido proibições de passear com os animais em espaços públicos ou carregá-los em veículos como parte de uma campanha mais ampla para desencorajar a posse.

Neste domingo, por exemplo, a proibição foi expandida para a cidade de Ilam, no oeste. Em Mashhad, no nordeste, o promotor Mohammad Hossein Doroudi afirmou nesta segunda-feira, 9, que “passear com cães é um crime claro”, de acordo com a IRNA , uma agência de notícias estatal.

Religiosamente, os cães são considerados “najis”, ou seja, ritualmente impuros. A crença é de que a saliva, os pelos ou até mesmo o simples toque de um cão pode invalidar a oração de um fiel ou tornar objetos e roupas impuros.

Em 2021, um grupo de 75 parlamentares iranianos chegou a propor uma lei que condenava a posse de cães e gatos como um “problema social destrutivo”, dizendo que esse hábito poderia mudar os valores familiares e transformar os modos de vida iranianos.

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O próprio líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, já emitiu uma fatwa (ordem religiosa) a respeito. Em 2017, ele disse: “Manter cães por outros motivos que não sejam pastoreio, caça e guarda é considerado repreensível”. De acordo com a agência de notícias Tasnim ele acrescentou que a prática seria proibida caso imitasse costumes de não muçulmanos ou causasse desconforto aos vizinhos.

Ainda que a repressão tenha ganhado força nos últimos dias, muitos donos continuam passeando com seus cães em Teerã e em outros lugares do Irã.

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