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Popularidade da princesa Aiko reacende debate sobre sucessão imperial no Japão

Única filha do imperador Naruhito é vista como solução para crise dinástica, mas desafia tradição de lideranças masculinas

Por Flávio Monteiro
1 dez 2025, 10h59

A crescente popularidade da princesa Aiko, única filha do imperador Naruhito, reacendeu o debate sobre a sucessão imperial no Japão, com pressão crescente para mudanças na lei que só permite a ascensão de herdeiros do sexo masculino. Completando 24 anos nesta segunda-feira, 1º, Aiko é vista como celebridade pelos nipônicos, e possivelmente como a solução para a falta de homens jovens na dinastia.

Nascida em 1º de dezembro de 2001, Aiko é a única prole de Naruhito e sua esposa, a imperatriz Masako. Após ser apresentada formalmente como membro adulto da realeza em 2021, a princesa rapidamente cativou o público com sua simpatia, carinho, inteligência e senso de humor.

A popularidade da princesa é evidente em suas aparições públicas. Em setembro, ela visitou Nagasaki ao lado dos pais para uma cerimônia de homenagem às vítimas do bombardeio atômico que atingiu a cidade no fim da Segunda Guerra Mundial. De acordo com a agência de notícias The Associated Press, apoiadores gritavam o nome de Aiko por onde passava, em tamanho volume que abafava os aplausos para seus pais.

Na ocasião, japoneses presentes no Parque da Paz de Nagasaki expressaram seu apoio à princesa em entrevista à AP.

“Sempre torci para que a princesa Aiko fosse coroada”, declarou a sobrevivente do bombardeio Setsuko Matsuo, 82 anos. “Gosto de tudo nela, especialmente do seu sorriso reconfortante.”

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Já a funcionária de escritório Mari Maehira, 58 anos, disse ter visto a princesa crescer e que “agora quer vê-la se tornar uma futura monarca”.

O apelo pela sua posse aumentou após a primeira viagem de Aiko ao exterior, em novembro. Na ocasião, a princesa representou o imperador em uma viagem de seis dias ao Laos, onde se reuniu com importantes autoridades, conversou com moradores e pôde visitar locais culturais e históricos.

Muitos japoneses já se manifestaram a favor de Aiko, como o cartunista Yoshinori Kobayashi, cujas histórias em quadrinhos pedem uma mudança na lei de sucessão para que a princesa ascenda ao trono. Outros, como o idoso Ikuko Yamazaki, de 62 anos, usam as redes sociais para defender como herdeiro legítimo quem quer que seja o primeiro filho do imperador, independentemente do gênero.

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“O sistema de sucessão reflete a mentalidade japonesa em relação às questões de gênero”, afirmou Yamazaki em uma postagem. “Acredito que ter uma monarca mulher melhoraria drasticamente o status das mulheres no Japão”, concluiu.

Crise na família imperial

Além da popularidade de Aiko, existe uma tensão crescente na dinastia japonesa devido à escassez de jovens herdeiros. Com somente 16 membros, a família imperial está em claro declínio e conta com somente três herdeiros do sexo masculino — e apenas um deles não é idoso. São eles:

  • O príncipe herdeiro Fumihito, irmão de Naruhito e seu sucessor imediato, de 60 anos
  • O príncipe Hisahito, filho de Fumihito e segundo na linha de sucessão, de 19 anos
  • O príncipe Masahito, tio de Naruhito e terceiro na linha de sucessão, de 90 anos
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O cenário também alimenta o argumento para encerrar a proibição de mulheres na linha sucessória, medida que especialistas avaliam ser urgente para impedir que a família real desapareça. Apesar da pressão para uma mudança legislativa, parlamentares conservadores se opõem à alteração, incluindo a primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi.

A Lei da Casa Imperial, de 1947, determina que a sucessão só é permitida através da linha masculina, e que mulheres da realeza que se casam com plebeus perdem seu status real. Esse sistema é relativamente recente no Japão, uma nação que já teve oito monarcas mulheres no passado.

“Embora não esteja explícito, o que eles estão dizendo é claramente a favor da superioridade masculina. Essa é a sociedade ideal para eles”, disse Hideya Kawanishi, especialista em monarquia da Universidade de Nagoya, em entrevista à AP.

Em 2024, o comitê das Nações Unidas sobre os direitos das mulheres instou Tóquio a permitir a ascensão de uma imperatriz, apontando que o sistema atual prejudica a igualdade de gênero no país. O governo, por sua vez, rejeitou a avaliação e qualificou o relatório como “inapropriado” e “lamentável”, declarando que a sucessão imperial é uma questão fundamental de identidade nacional.

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