Polícia da Bolívia prende ao menos 20 pessoas em protesto pela candidatura de Evo Morales
Confrontos entre manifestantes e policiais tiveram início depois que partido do ex-presidente foi impedido de registrar lista de candidatos

Ao menos 20 pessoas foram presas nesta quinta-feira 29 em La Paz, na Bolívia, durante confrontos entre policiais e manifestantes que exigem o registro da candidatura presidencial do ex-presidente boliviano Evo Morales para as eleições de agosto.
Durante o quarto dia consecutivo de protestos, os manifestantes lançaram pedras, sacos de tinta e rojões contra os policiais, que responderam com gás lacrimogêneo e spray de pimenta, espalhando o protesto por ruas próximas ao Tribunal Supremo Eleitoral. Três policiais ficaram feridos.
“Se o governo não prestar atenção, virá um bloqueio nacional e se não prestar atenção ao bloqueio nacional, faremos um cerco à cidade de La Paz e a responsabilidade é do governo central”, disse Enrique Mamani, um dos líderes da marcha de apoio à Morales.
Os confrontos tiveram início depois que Ruth Nina, chefe do partido de Morales, o Partido de Ação Nacional Boliviano (Pan-Bol), foi impedida de entrar na sede do Tribunal Supremo Eleitoral para registrar a lista de candidatos da legenda.
O Pan-Bol alega que enviou a documentação por e-mail dentro do prazo, apesar de não ter conseguido registrar a candidatura do ex-presidente a tempo por meio da plataforma digital criada para esse fim. No entanto, o TSE considera que a candidatura não foi formalmente apresentada, já que a plataforma oficial foi encerrada no dia 19 de maio.
Morales, que governou a Bolívia por três mandatos consecutivos de 2006 a 2019, tenta voltar à presidência, mas está legalmente impedido de se candidatar novamente por uma decisão judicial de 2023, que determinou que nenhum cidadão pode exercer a presidência por mais de duas vezes.
Em janeiro, a Justiça da Bolívia emitiu um mandado de prisão contra o ex-presidente, após o político não comparecer ao tribunal para responder às acusações de violência sexual contra uma menor de idade e tráfico de pessoas. No entanto, a decisão foi anulada por um juiz em La Paz.