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Pesquisas, publicidade e comícios: como Trump e Kamala chegam à votação

Estratégias de campanha refletem os espíritos dos dois adversários

Por Ricardo Ferraz, de Washington DC
5 nov 2024, 07h00

A votação desta terça-feira, 05,  que irá definir quem será o próximo presidente dos Estados Unidos, ocorre em meio a uma onda de desinformação nas redes sociais que ganhou corpo nas últimas horas, uma enxurrada de anúncios que pretendem fisgar os eleitores que deixam a decisão para o último momentos e incontáveis sondagens eleitorais, com os institutos de pesquisa buscando desesperadamente medir o comportamento de quem vai às urnas.

Em um cenário como esse, qualquer fator pode ser decisivo, por isso, as duas campanhas se esforçam para não errrar no momento final, ao mesmo tempo em que tentam ganhar o impulso final na corrida à Casa Branca. Com Donald Trump e Kamala Harris emparelhados ombro a ombro, qualquer previsão quanto o vencedor soaria como um “cara ou coroa” – um lance de pura sorte definido pelo acaso, sem qualquer ligação com a realidade.

Mas como os dois chegam nesse cinco de novembro? Eis o que se sabe até agora:

Comícios finais: 

Tanto Trump quando Harris encerraram suas campanhas na Pensilvânia, o principal estado em disputa por somar 19 delegados no colegio eleitoral. O ex-presidente bateu nas mesmas teclas que vem martelando desde o início da campanha, pregando contra a imigração descontrolada e as políticas liberais defendidas por sua oponente.

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Já a vice-presidente pregou a união, o direito ao aborto e o fortalecimento da economia. Aos 78 anos, Trump parecia mais cansado e abatido durante a maratona de comícios do que Harris, 60 anos, e a plateia republicana  mais contida do que a animada claque democrata.

Estados pêndulo

Todas as atenções estão voltadas para os sete estados pêndulo que irão definir a eleição. Harris aparece ligeiramente na frente na pesquisa divulgada no domingo pelo The New York Times em Nevada (49% a 46%) e Trump leva a melhor no Arizona (49% a 45%). Essas são as maiores vantagens registradas.

Na Carolina do Norte, em Winscosin e na Georgia, a situação é de empate técnico dentro da margem de erro, com Harris aparecendo em leve vantagem. O empate é absoluto na Pensilvânia e em Michigan.

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Quando se olha a trajetória do comportamento do eleitor, Harris perde força nos estados do nordeste americano – Pensilvânia e Michigan, principalmente. A democrata, no entanto, tem a vantagem de ser a escolha preferida dos que definem o voto de última hora.

A novidade que agitou os americanos na última semana é a situação em Iowa. Uma pesquisa de um renomado instituto e encomendada pelo jornal de De Moines Register mostrou que Harris pode ganhar em um estado primordialmente republicano.

Desinformação

Os canais de direita no Telegram intensificaram, nas últimas horas, uma onda de desinformação e mobilização para o dia 5. Em geral, as mensagens desacreditam o processo eleitoral e instigamos participantes a reagirem, caso Donald Trump não seja eleito.

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Entre as recimendações, estão o questionamento de autoridades locais sobre a contagem de votos, o comparecimento às reuniões do conselho eleitoral com o mesmo propósito e o monitoramento dos locais de votação com celulares e câmeras. Em suma, “lutar como o diabo”, diz uma das mensagens.

Nos últimos dias, Trump e seus seguidores têm reforçado essa narrativa e há um temor entre as autoridades de que o episódio de 6 de janeiro de 2021, marcado pela invasão do Capitólio, possa se repetir. Na segunda-feira, a Casa Branca foi cercada, como parte de um plano especial de segurança da capital americana.

Mobilização

Os democratas, campeões em arrecadação, captaram cerca de 1 bilhão de dólares para a campanha e inundaram as cidades dos estados pêndulo com anúncios em outdoors, cartazes, propaganda na TV e mensagens direcionadas a públicos específicos nas redes sociais. Trump não fica atrás.

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Em geral, as peças publitárias giram em torno de ataques mútuos, mas enquanto Harris mira o apoio da classe média propondo medidas econômicas, como corte de impostos e subsídio na compra da casa própria, Trump aposta na imagem de um líder forte e conservador.

O partido Democrata contratou mobilizadores para engajar voluntários e intensificar ações comunitárias entre vizinhos, principalmente com ligações telefônicas, para convencer as pessoas a saírem para votar. Peregrinações por bairros, com cabos eleitorais batendo na porta dos vizinhos, para obter votos de quem está indeciso, chamadas de Canvas, também foram largamente organizadas.

Estratégia diferente foi adotada pelos republicanos. Elon Musk, o bilionário dono da plataforma X, decidiu montar equipes remuneradas para mobilização pró Trump, estabelecendo metas e recompensas. Não foi a primeira vez que esse tipo de inciativa foi tentada. No passado, os partidos haviam desistido de pagar pelo serviço por ele ser pouco e eficiente, se aproximando mais de um protocolo de telemarketing do que de uma conversa amigável e persuasiva. Musk, porém, acredita que pode mudar essa escrita.

O empresário também inventou uma espécie de loteria em que sorteia 1 milhão de dólares por dia entre as pessoas que assinarem uma petição em favor da Constituição. A jogada de marketing tinha como objetivo formar uma base de eleitores fiéis a Trump que poderiam ser mobilizados. A iniciativa rendeu um processo na corte da Filadélfia, mas o magnata ganhou o direito de seguir adiante com o plano, na segunda-feira.

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As diferentes abordagens entre os candidatos refletem o espírito dos dois candidatos. Qual delas prevalecerá é impossível dizer, mas, nesta terça-feira de eleição, o eleitor fará sua escolha em bases que não deixam dúvidas sobre quem é quem.

 

 

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