Perspectivas de acordo tarifário com EUA diminuem e UE acelera planos de retaliação
Possíveis medidas incluem restringir investimentos dos EUA e limitar proteção de direitos de propriedade intelectual, segundo agência
A União Europeia está explorando um conjunto mais amplo de represálias contra os Estados Unidos, à medida que as perspectivas de um acordo comercial com Washington diminuem, segundo diplomatas europeus ouvidos pela agência de notícias Reuters, nesta segunda-feira, 21. No dia 12 de junho, o presidente americano, Donald Trump, anunciou tarifas de 30% sobre o bloco europeu, com previsão de entrada em vigor em 1º de agosto.
A UE tem um pacote de tarifas sobre 21 bilhões de euros (US$ 24,5 bilhões) em produtos dos EUA que está atualmente suspenso até 6 de agosto. O bloco ainda precisa decidir sobre um novo conjunto de contramedidas sobre 72 bilhões de euros em exportações dos EUA. Internmente, também aumentaram as discussões sobre o uso do amplo instrumento “anticoerção” (ACI) da UE, que permite ao bloco retaliar contra países que exercem pressão econômica sobre os Estados-membros.
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Na prática, o instrumento permitiria ao bloco afetar o comércio de serviços dos EUA, no qual os EUA têm superávit comercial com a UE, e limitar o acesso das empresas americanas aos mercados de serviços financeiros e a licitações públicas na UE. As compras públicas na UE movimentam cerca de 2 trilhões de euros por ano.
Possíveis medidas também incluem restringir investimentos dos EUA e limitar a proteção de direitos de propriedade intelectual, além de restrições à capacidade de vender produtos químicos ou alimentícios dos EUA na Europa.
Numa reunião de ministros da Fazenda da União Europeia em Bruxelas na segunda-feira 14, autoridades reiteraram que a principal estratégia para evitar o pesado golpe tarifário de Trump continua ser fechar um acordo. Mas o Comissário de Comércio do bloco, Maros Sefcovic, afirmou haver uma determinação sem precedentes em proteger as empresas europeias usando contramedidas caso as negociações não frutifiquem.
Sefcovic, que disse que uma tarifa de 30% “praticamente proibiria” o comércio transatlântico, entregou um relatório sóbrio sobre a situação atual aos enviados da UE na sexta-feira, disseram diplomatas à Reuters. As perspectivas de aliviar ou remover tarifas americanas de 50% sobre aço e alumínio e de 25% sobre carros e peças automotivas também parecem limitadas.
O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noel Barrot, declarou nesta terça que a nova ameaça de Trump tinha “a aparência de chantagem”. Enquanto a prioridade é assinar um acordo comercial, ele acrescentou, o custo não pode ser se tornar um “vassalo dos Estados Unidos”.
Trump alertou Bruxelas a não fazer retaliações. Segundo ele, os Estados Unidos igualariam quaisquer novos impostos europeus, simplesmente adicionando-os à alíquota base de 30%.
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