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Perdulário, bispo alemão terá futuro decidido pelo papa Francisco

Tebartz-van Elst gastou mais de 90 milhões de reais na construção de uma nova residência episcopal em Limburg, que tem até uma banheira de 44 mil

Por Da Redação
16 out 2013, 21h19
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  • No momento em que o Vaticano é chefiado pelo papa dos pobres, a Igreja Católica enfrenta um escândalo na Alemanha que envolve um bispo perdulário. Franz-Peter Tebartz-van Elst, de 53 anos, viajou a Roma e deverá se reunir com o papa Francisco ainda esta semana. O encontro poderá decidir seu futuro na Igreja.

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    O ‘bispo do luxo’, como foi apelidado, autorizou a construção de uma nova residência na cidade de Limburg orçada inicialmente em 2,5 milhões de euros (cerca de 7 milhões de reais), mas que já consumiu mais de 31 milhões de euros (mais de 91 milhões de reais). Fontes da área de construção consultadas pela revista alemã Der Spiegel afirmaram que pedidos especiais do bispo, como uma banheira de 15 mil euros (44 mil reais), contribuíram de forma significativa para o aumento dos custos.

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    O chefe da Igreja Católica na Alemanha, arcebispo Robert Zollitsch, afirmou estar sob “forte pressão, porque as pessoas querem esclarecimentos”. “Isso é, sem dúvida, uma questão de credibilidade e estamos levando isso em consideração”, afirmou. Ele deverá se reunir com o papa Francisco nesta quinta-feira, em Roma.

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    A chanceler Angela Merkel se pronunciou sobre a crise nesta semana por meio do porta-voz Steffen Seibert, dizendo que espera uma “solução para os fiéis”. “Está claro para todos que uma situação difícil surgiu”.

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    A contabilidade das dioceses alemãs tem duas vias. Uma delas é o orçamento público, composto em grande parte pelo dízimo. A outra é constituída por reservas secretas conhecidas apenas pelos bispos e por alguns poucos conselheiros. Tidas como fundos para projetos especiais, essas reservas não são declaradas nem sofrem incidência de impostos. Acumulada ao longo de séculos, essa fortuna é investida em vários segmentos, principalmente no mercado imobiliário.

    A diocese de Colônia, tida como a mais rica da Europa, anunciou na terça-feira que suas reservas ultrapassaram os 166 milhões de euros (quase 490 milhões de reais) no ano passado. O anúncio foi feito em reação “à atual discussão sobre as finanças da Igreja”. O comunicado explica que 9,6 milhões de euros em ganhos sobre investimentos foram acrescentados ao orçamento da diocese, de 939 milhões de euros em 2012.

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    O escândalo de Limburg também levou outras (poucas) dioceses a divulgarem sua contabilidade. “Nós levamos essas preocupações muito a sério”, disse o bispo Karl-Heinz Wesemann, da cidade de Spira, revelando uma reserva de 46,5 milhões de euros. A pequena diocese de Trier, a mais antiga da Alemanha, tem uma reserva de 84 milhões de euros e afirma ter usado parte do dinheiro para pagar indenizações a vítimas de abuso sexual.

    Na Alemanha, o dízimo é recolhido como parte do imposto de renda, e rendeu mais de 5 bilhões de euros para a Igreja Católica e 4,6 bilhões para os protestantes no ano passado. No domingo, cerca de 150 pessoas fizeram um protesto em frente à catedral de Limburg, pedindo a renúncia do bispo.

    Reações – Os números envolvendo a construção em Limburg, pequena cidade de 34 mil habitantes, levantou críticas e pedidos de reforma no Parlamento. “Eu sei que muitos católicos são favoráveis a uma reforma das estruturas financeiras, e por uma boa razão”, disse à Spiegel Kerstin Griese, do opositor Partido Social-Democrata (SPD, no original). Protestante, ela é especialista em assuntos religiosos da frente parlamentar do SPD e defende mais transparência.

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    Josef Winkler, do também opositor Partido Verde, afirmou que “para recuperar a confiança perdida, é necessário agir, não apenas com palavras, mas mudando as coisas”. Ele defende que a igreja deve tornar públicas suas contas, para mostrar que não tem nada a esconder.

    Seja qual for o discurso dos parlamentares, eles não têm poder para forçar nenhuma mudança. A Constituição alemã determina que a Igreja tem o direito a conduzir sua administração sem a interferência do estado, informou a revista.

    (Com agência Reuters)

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