Pela segunda vez, juiz adia sentença de Trump em caso de suborno a ex-atriz pornô
Decisão acontece poucos dias após promotoria de Manhattan aceitar postergação; equipe jurídica do republicano apresentará moção para rejeitar processo
O juiz nova-iorquino Juan Merchan adiou nesta sexta-feira, 22, a sentença contra o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, no caso de suborno à ex-atriz pornô Stormy Daniels. A decisão acontece poucos dias após a promotoria de Manhattan aceitar a postergação. A condenação, a princípio, estava marcada para o dia 26 de novembro. Ainda não foi divulgada uma nova data.
Merchan permitiu que a equipe jurídica do republicano apresente uma moção para rejeitar o caso. Acredita-se que o documento seja entregue até 2 de dezembro. O juiz também avaliará como uma decisão da Suprema Corte dos EUA sobre imunidade presidencial afeta a sentença. Embora o crime tenha sido cometido antes de ele assumir o comando da Casa Branca, Trump alega que os promotores preencheram “lacunas gritantes em seu caso” com evidências de atos cometidos durante o mandato.
A acusação, por sua vez, afirma que o processo tem base “inteiramente pessoal”, sem “nenhuma relação com qualquer dever oficial da presidência”. Ainda assim, o político de 78 anos apela para que o veredito seja anulado e o julgamento, desconsiderado. Caso Merchan siga a segunda rota, um novo julgamento pode ser convocado, mas teria de ser realizado após o fim do segundo governo Trump, ou ele pode revogar as acusações.
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Entenda o caso
Trump foi condenado em maio deste ano por 34 acusações de falsificação de registros comerciais, relacionadas aos pagamentos feitos ao seu ex-advogado Michael Cohen, para reembolsar uma transferência de 130.000 dólares feita a Stormy Daniels para evitar que ela revelasse um suposto caso extraconjugal antes das eleições de 2016. Trump sempre negou as acusações.
Esse caso foi o único dos quatro processos criminais contra Trump a ir a julgamento. O processo por subversão eleitoral federal foi adiado devido à imunidade presidencial, e o caso na Geórgia, sobre tentativas de interferir nas eleições de 2020, está estagnado.
O veredito de culpado de Trump em maio foi um marco, pois ele se tornou o primeiro líder dos EUA, em exercício ou não, a ser condenado por um crime. No entanto, sua sentença foi adiada várias vezes. Originalmente prevista para julho de 2024, a sentença foi postergada por questões relacionadas à imunidade presidencial, com os advogados de Trump argumentando que evidências de sua atuação como presidente não deveriam ter sido apresentadas no julgamento.