Pedido de refúgio de venezuelano na União Europeia cresce 155%
Apesar da queda do total de solicitações ao bloco europeu, cidadãos da Venezuela respondem por um terço dos requisitantes na Espanha
Cerca de 12.000 venezuelanos pediram refúgio à União Europeia (UE) em 2017, um aumento de 155% em relação ao ano anterior, aponta o relatório anual da Agência Europeia de Apoio ao Asilo (EASO, na sigla em inglês), apresentado nesta segunda-feira (18).
O relatório traz uma considerável queda de 16% no total das solicitações de refúgio apresentadas no ano passado, de 954.100, em relação a 2016. No entanto, pedidos feitos por cidadãos da Turquia e, principalmente, Venezuela, apresentaram aumentos.
Os sírios se mantêm como os campeões em solicitação, com 108.020, em 2017. Mas esse número é 68% a menor do que o de 2016. Em seguida, aparecem os 52.590 iraquianos (queda de 60%) e os 49.135 afegãos (74% a menos).
Os venezuelanos estão na 16ª posição em 2017, com 12.020, um número três vezes maior do que o registrado no ano anterior, 4.705. O aumento de pedidos de refúgio por turcos foi mais tímido, de 43%. Os efetuados por cidadãos da Costa do Marfim e da Georgia também apresentaram aumentos, de 25% e de 36%, respectivamente.
O relatório da EASO o fato de, antes de 2014, os venezuelanos “apresentarem apenas cerca de 100 pedidos por ano”. Das 12.000 solicitações feitas pelos venezuelanos em 2017, somente 0,33% eram repetidas. Isso significa que a maioria esmagadora desses cidadãos está chegando ao bloco europeu como refugiado pela primeira vez.
Em 2017, os pedidos de refúgio de venezuelanos aumentaram em 98% os recebidos apenas pela Espanha, na comparação com o ano anterior. Dos 31.120 solicitantes de refúgio na Espanha, em 2017, 33% eram da Venezuela.
Os venezuelanos sofrem uma grave crise econômica e social, com hiperinflação e escassez de alimentos básicos e medicamentos, assim como uma crise política acentuada. O quadro de deterioração não impediu a reeleição do presidente Nicolás Maduro para mais um mandato, a ser iniciado em janeiro de 2019. Durante os protestos de abril e julho de 2017, 125 pessoas foram mortas pelas forças de seguranças do regime.
(Com AFP)