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Partidos pró-União Europeia concordam em formar governo de coalizão na Romênia

Decisão visa conter o avanço da extrema direita em um momento de crise política após a anulação das eleições presidenciais

Por Da Redação
11 dez 2024, 11h58

Partidos pró-União Europeia da Romênia concordaram na terça-feira, 10, em formar um governo de coalizão e possivelmente apoiar um único candidato para disputar a eleição presidencial adiada, em uma tentativa de frear o avanço da extrema-direita no país. 

O partido Social Democrata (PSD) e seus atuais parceiros de coalizão, o Partido Nacional Liberal de centro-direita (PNL), o centrista da oposição Save Romania Union (USR) e o partido étnico húngaro UDMR se comprometeram em formar rapidamente um governo pró-UE e pró-OTAN.

“Nos próximos dias, os quatro partidos e representantes das minorias nacionais trabalharão em um programa de governo comum baseado no desenvolvimento e nas reformas que considerará as prioridades dos cidadãos romenos”, anunciaram os partidos em uma declaração conjunta. 

+ Tribunal da Romênia anula eleições presidenciais após acusação de interferência da Rússia

O PSD conquistou o maior número de assentos nas eleições parlamentares na semana passada, mas três partidos ultranacionalistas e de extrema-direita, alguns com ideais pró-Rússia, obtiveram mais de um terço dos votos.

Composta por partidos que divergem frequentemente em questões políticas, a coalizão enfrentará dificuldade, segundo os analistas, em chegar a um acordo sobre medidas necessárias para reduzir o défice orçamental de 8%, o mais alto em toda a União Europeia.

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Crise política

A coalisão dos partidos ocorre em um momento de crise política na Romênia, já que o mandato do presidente Klaus Iohannis chega ao fim em 21 de dezembro, sem que haja um sucessor.

Na sexta-feira, o Tribunal Constitucional do país anulou o primeiro turno das eleições presidenciais, realizadas em 24 de novembro, alegando “múltiplas irregularidades e violações da legislação eleitoral” após acusações de fraude e de interferência da Rússia no pleito. A Rússia, por sua vez, nega as alegações.

No pleito anulado, Calin Georgescu, nacionalista pró-Rússia que coleciona críticas à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), havia conquistado quase 23% dos votos. Elena Lasconi, da União Salve a Romênia (USR), de centro-direita, arrematou 19,7% de apoio, ficando em segundo lugar.

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O atual primeiro-ministro, Marcel Ciolacu, de centro-esquerda, ficou em terceiro lugar e fora da disputa. Ele foi superado por Lasconi por apenas 0,02 ponto percentual. O resultado foi um choque, porque a maioria avassaladora das pesquisas de opinião apontava uma vitória confortável do premiê e apenas 5% das intenções de voto para Georgescu, aumentando suspeitas de fraude eleitoral.

Em meio à surpresa nas urnas, o tribunal romeno aprovou por unanimidade, há duas semanas que o gabinete eleitoral “reverificasse e recontasse todos os votos válidos e inválidos”, uma vez que foram relatados “ataques cibernéticos com o objetivo de influenciar a correção do processo eleitoral”.

O texto também apontou um “interesse crescente” da Rússia, acusada de disseminar desinformação no país, em “em influenciar a agenda pública na sociedade romena”. Nesta quarta-feira, o principal conselho de segurança do país desclassificou documentos que apontavam para “ataques russos híbridos agressivos” ao longo do processo democrático. A Rússia, por sua vez, nega as alegações.

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