Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Relâmpago: Revista em casa por 8,98/semana

Parlamento derruba primeiro-ministro da França com voto de não confiança

Governo de François Bayrou não resistiu após propostas polêmicas de cortes de gastos para sanear contas públicas em orçamento de 2026

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 set 2025, 14h32 - Publicado em 8 set 2025, 14h15

O governo do primeiro-ministro da França, François Bayrou, perdeu um voto de desconfiança na Assembleia Nacional nesta segunda-feira, 8, em um novo abalo na política do país. O presidente francês, Emmanuel Macron, deve apontar um novo nome ao cargo ou chamar novas eleições, em meio a uma série de crises institucionais que fizeram ir e vir quatro primeiros-ministros em menos de dois anos.

Sem maioria na casa legislativa, Bayrou viu um total de 364 parlamentares votarem contra a moção de confiança que ele convocou há duas semanas. Entre os que decidiram derrubar o governo estão a aliança esquerdista Nova Frente Popular (NFP) e o partido de extrema direita Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen. Mesmo dentro da coalizão centrista do presidente Macron, provavelmente do próprio partido de Bayrou, Os Republicanos, alguns deputados votaram contra o premiê. Eram precisos 288 votos para tirá-lo do cargo.

Propostas polêmicas

Bayrou sabia que convocar tal votação era uma manobra arriscada. Seu objetivo era testar o apoio a seu plano para o orçamento de 2026, no qual propôs um corte de 44 bilhões de euros. A reforma é avançada num contexto em que a França atinge níveis inéditos no seu crônico endividamento: o déficit anual está em 168,6 bilhões de euros e corresponde a preocupantes 5,4% do PIB, o dobro do permitido pelas regras da União Europeia. Para piorar, projeções indicam que a economia francesa deve crescer apenas 0,8% neste ano, e o PIB per capita será ultrapassado pela primeira vez na história pelo da Itália.

Os valores que ele propôs passar a tesoura são até modestos diante do cenário, mas mexeram com o vespeiro: congelamento de aposentadorias e salários de funcionários públicos; flexibilização das leis de seguro-desemprego; freio ao programa de subsídios a medicamentos; e, a mais impopular de todas, abolir dois dos onze feriados anuais, de modo a aumentar a produtividade. “Nosso país está em perigo, estamos à beira do superendividamento”, justificou Bayrou, lembrando que a França gasta mais com os juros da dívida do que com investimentos em educação e defesa militar.

Em um discurso de 40 minutos ao parlamento antes do voto de confiança, o premiê afirmou que este era um “momento da verdade” e pediu que os deputados encontrassem uma maneira de enfrentar a iminente crise da dívida do país. Apesar das discussões frenéticas de última hora, ficou claro que Bayrou simplesmente não tinha os votos necessários para vencer.

Continua após a publicidade

Crise política

Pressionado dentro e fora do país, Macron precisará decidir agora se indica um substituto para chefiar o governo ou se convoca novas eleições parlamentares, em busca de maioria.

Não é escolha trivial. Um quinto premiê do segundo mandato do presidente francês, iniciado em 2022, enfrentaria resistência no Legislativo — e a convocação às urnas não aplacaria os humores.

Ele recorreu à cartada em 2024 e viu o Reagrupamento Nacional, de Le Pen, avançar sobre o eleitorado no primeiro turno. Só foi contido porque a esquerda lançou mão de um raro esforço de união, na etapa final, em uma coalizão que lhe rendeu a maior fatia da Assembleia: 193 dos 577 deputados. O centrista Renascimento, de Macron, ficou com 159, graças a uma relutante aliança com os rivais de centro-esquerda para conter o avanço da direita radical, que acabou em terceiro, com 143 assentos. O frágil equilíbrio de forças resultou no primeiro governo minoritário da França desde 1958.

Enquanto isso, a questão do orçamento segue sem solução. Bayrou usou duas vezes a expressão “tohu-bohu”, que descreve a Terra antes da criação, significando “vazio e sem forma”, ou “caos” e “confusão”, para descrever a turbulência que a França enfrenta. Ele pode ter perdido a votação desta segunda, mas a enorme dívida que ele destacou e tentou resolver continua a mesma — e cai novamente no colo de Macron.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

15 marcas que você confia. Uma assinatura que vale por todas.

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

A notícia em tempo real na palma da sua mão!
Chega de esperar! Informação quente, direto da fonte, onde você estiver.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
ECONOMIZE ATÉ 28% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 10,00)
De: R$ 55,90/mês
A partir de R$ 39,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.