Paralisação federal nos EUA é a mais longa na história do país
Presidente Donald Trump ameaçou estender o "shutdown" caso democratas mantenham resistência a orçamento para muro com o México
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a insinuar que a paralisação parcial do governo, o “shutdown”, pode durar “um longo tempo” se os congressistas democratas não derem apoio ao projeto que reserva dinheiro para a construção de um muro na fronteira com o México.
O atual congelamento da máquina pública federal se tornou neste sábado, 12, o mais longo da história do país, superando os 21 dias de paralisação durante o mandato de Bill Clinton, entre 1995 e 1996.
Por meio de uma série de publicações em seu perfil no Twitter, Trump escreveu: “Estaremos fora (de funcionamento) por um longo tempo, a não ser que os democratas voltem das suas ‘férias’ e retornem ao trabalho. Estou na Casa Branca pronto para assinar.”
O republicano afirmou que existe uma “imensa crise humanitária” relacionada à imigração clandestina pela fronteira ao sul do país, alegando que 23% dos presos em penitenciárias federais seriam imigrantes ilegais e que as detenções na divisa teriam subido 240%, sem detalhar o intervalo de tempo em que essa variação teria ocorrido.
Além de incentivar cidadãos americanos a ligarem para deputados e senadores democratas para pressioná-los a dar fim à paralisação, o presidente também reclamou de um repórter do Washington Post que, segundo ele, teria descrito a situação na Casa Branca como “caótica”. A reportagem afirma que o governo não tem plano algum para destravar o impasse orçamentário que deixa cerca de 800.000 servidores públicos sem receber seus salários.
“Os falsos sempre gostam de falar em caos, mas não há nenhum. Na verdade, não há quase ninguém na Casa Branca além de mim, e eu tenho, sim, um plano para o shutdown”, afirmou. “Mas para entender esse plano você teria de entender que eu ganhei a eleição, e eu prometi segurança para o povo americano. Parte dessa promessa foi um muro na fronteira com o sul. Eleições têm consequências.”, concluiu o presidente.