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Paraguai teme que a guerra entre PCC e CV chegue ao país

Autoridades isolaram 55 detentos brasileiros em presídios paraguaios para evitar confrontos entre os membros das facções

Por Leonardo Coutinho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 jan 2017, 19h11 - Publicado em 11 jan 2017, 17h46

As autoridades penitenciárias do Paraguai tomaram a decisão de isolar detentos identificados como membros do PCC e do Comando Vermelho que estão presos naquele país. A decisão tem como objetivo evitar que se repitam nas prisões paraguaias os episódios de violência que foram registrados na semana passada em Manaus e Boa Vista.

O diretor de Estabelecimentos Penitenciários do Paraguai, Julio Agüero, disse ao jornal Ultima Hora, de Assunção, que a decisão foi influenciada por informações de que havia riscos reais de enfrentamentos entre os presos nas prisões de seu país. “Fomos aconselhados a tomar cuidado”, disse ele.

Agüero afirmou que existem membros do PCC e do Comando Vermelho em grupos pequenos em prisões de diversas regiões do país. Em Pedro Juan Caballero, cidade localizada na fronteira com o Brasil, há a maior concentração de criminosos associados às facções. Um total de cinquenta presos do PCC e cinco do Comando Vermelho foram colocados em isolamento.

Para diversos especialistas em segurança, a guerra entre o PCC e o Comando Vermelho teve origem em junho do ano passado, com o assassinato do traficante Jorge Rafaat Toumani. Ele era considerado o chefe das operações de tráfico na fronteira do Paraguai com o Brasil.

A execução de Rafaat marcou o domínio total do PCC na fronteira e deu início ao que os criminosos passaram a chamar de Narcosul. O crescimento exponencial do PCC levou o Comando Vermelho e as facções associadas, entre as quais a Família do Norte (FDN), a iniciar uma guerra pela sua sobrevivência.

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Na semana passada, dois membros do PCC foram assassinados na cidade paraguaia de Capitán Bado. As mortes foram vistas pelas autoridades locais como o prenúncio de um prolongamento da guerra travada no Brasil.

Em 2 de janeiro – um dia depois da chacina de Manaus – um importante preposto do PCC também foi executado na fronteira com o Brasil. Pablo Jaques e sua noiva foram vítimas de uma emboscada.

O traficante era apontado como o preposto de Jarvis Chimenes Pavão, um brasileiro que está preso por narcotráfico e é considerado um dos principais nomes da facção paulista no país vizinho. No ano passado, as autoridades paraguaias acusaram Pavão de planejar um atentado contra a vida do presidente Horacio Cartes.

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