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Papa Francisco reforça controles e centralização das finanças do Vaticano

Decisão, que inclui data para fechamento de carteiras de investimentos em bancos estrangeiros, segue acusações de má gestão e polêmicas envolvendo gastos

Por Redação 23 ago 2022, 18h24

Em meio a acusações de má gestão e polêmicas envolvendo gastos da Igreja, o papa Francisco já vinha aumentando controles financeiros aos bolsos do Vaticano. Nesta terça-feira, 23, em um passo além, o pontífice marcou a data limite para o fechamento de carteiras de investimento em bancos estrangeiros, inclusive na Itália.

Em um documento chamado “rescriptum”, ou reescrito, ele estabeleceu que investimentos feitos por todos os departamentos vaticanos deverão passar primeiramente pelo banco da cidade-Estado sob novas leis que entram em vigor em 1º de Setembro.

O documento papal esclareceu que não havia exceções à regra sobre o papel central do banco do Vaticano, oficialmente conhecido como Instituto de Obras de Religião (IOR), conforme estipulado em um artigo da nova Constituição, de 19 de março. Até agora, os investimentos financeiros do Estado, excluindo imóveis, são estimados em pouco menos de 2 bilhões de euros.

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A nova medida tem como objetivo regularizar e centralizar os fundos, após casos recentes de desvios cometidos por departamentos do Vaticano e em meio a esforços gigantescos para tentar aumentar a transparência. Em julho de 2021, por exemplo, o Vaticano divulgou pela primeira vez o orçamento anual de um departamento que administra propriedades. Segundo documentos apresentados, a Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (APSA) possui 4.051 imóveis na Itália, além de 1.120 espalhados por Londres, Paris, Genebra e Lausanne, sem contar com embaixadas ao redor do mundo.

“Viemos de uma cultura de sigilo, mas aprendemos que, em questões econômicas, a transparência nos protege mais do que o sigilo”, disse o secretário de Economia do Vaticano, Juan Antonio Guerrero, após a publicação do orçamento.

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Um mês antes, em junho de 2021, a Santa Sé divulgou sua revisão mais abrangente de suas leis nos últimos 40 anos, que envolve uma seção inteira do Código de Direito Canônico da igreja, um conjunto de livros com cerca de 1.750 artigos. Embora o objetivo fosse a  implementação de regras contra clérigos que abusam de menores ou adultos vulneráveis, o código também apresentou explicitamente as punições a crimes econômicos e seguiu um decreto anterior de Francisco para tornar os fundos de caridade mais transparentes. 

Antes desta regulamentação ser imposta, a secretaria do Estado vaticano conseguiu vender ativos de caridade para pagar um empréstimo de 242 milhões de euros, o equivalente a cerca de 1,58 bilhão de reais, junto ao Credit Suisse. Parte deste dinheiro foi usada para financiar o desenvolvimento de imóveis de luxo na região do Chelsea, na cidade de Londres. 

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