Papa diz rezar por venezuelanos em dia de eleição presidencial
Nicolás Maduro é favorito para conseguir um segundo mandato, apesar da falta de alimentos e da crescente inflação
O papa Francisco afirmou que o “querido” povo e os governantes da Venezuela devem escolher a paz e a unidade. O discurso do pontífice foi realizado neste domingo, no momento em que o país vota nas eleições para presidente.
Em mensagem aos fiéis na Praça São Pedro, o papa pediu para que “o Espírito Santo dê a todo o povo venezuelano, aos líderes e ao povo, a sabedoria de encontrar um caminho de paz e unidade”.
Francisco rezou pelos presos que morreram no sábado, em uma rebelião numa penitenciária do país. Defensores dos direitos humanos disseram que 11 pessoas foram mortas neste fim de semana em uma cadeia venezuelana.
O presidente Nicolás Maduro é considerado favorito para conseguir um segundo mandato, apesar da falta de alimentos e da crescente inflação.
Maduro foi o primeiro a votar no colégio eleitoral no qual está inscrito, na região oeste de Caracas. Ele alegou que existe uma “campanha feroz” de vários países para evitar a realização do pleito e pediu à comunidade internacional para “não antecipar posição” de rejeição a um resultado que ainda não é conhecido.
Também disputam o cargo de presidente o ex-governador Henri Falcón — um chavista dissidente que não apoiou a decisão da coalizão oposicionista Mesa da Unidade Democrática (MUD) de não participar do pleito —, o ex-pastor evangélico Javier Bertucci e o engenheiro Reinaldo Quijada.
Nestas eleições, na qual a MUD pediu que os eleitores não votem, também serão eleitos os membros dos conselhos legislativos dos 23 estados e dos 335 municípios.
Os centros de votação na Venezuela abriram às 6h de Caracas (7h em Brasília) para a eleição. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), entidade que tem a desconfiança da MUD, montou 14.638 centros de votação em todo o território venezuelano, com 34.143 mesas eleitorais.
Mais de 150 observadores internacionais acompanham a votação, que é realizada apesar de vários países, como os Estados Unidos e os da União Europeia, terem apelado para que o pleito fosse suspenso, sob alegação de que não há condições de transparência.
A maioria da oposição, além de não participar das eleições, organizou protestos em dezenas de cidades ao redor do mundo para denunciar a crise na Venezuela.
(Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)