Papa diz que Kamala e Trump são ‘ambos contra a vida’
Sem mencionar nomes, Francisco condenou as posições dos candidatos à presidência dos EUA sobre imigração e aborto
Durante o voo de volta ao Vaticano nesta sexta-feira, 13, após uma maratona pela Ásia, o papa Francisco criticou as posturas dos candidatos à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump e Kamala Harris, sem mencioná-los diretamente.
Ao ser questionado sobre o conselho para um eleitor católico dos EUA enfrentando a escolha entre os candidatos, o líder da Igreja Católica chamou a atenção para o que considerou serem posições “contra a vida”.
Francisco destacou que “não acolher migrantes é um pecado”, já o aborto “é matar um ser um humano”, “é um assassinato”, disse. Apesar das críticas, o pontífice incentivou os católicos a exercerem seu direito ao voto, afirmando que “não votar é feio. Não é bom”. Ele orientou seus fiéis a escolherem o “menor dos males” nas eleições de 5 de novembro.
As observações do Papa Francisco se referiame às propostas dos candidatos presidenciais dos EUA: Trump prometeu uma repressão severa à imigração, incluindo a deportação de milhões de imigrantes, enquanto Harris, se eleita, apoiará esforços para restaurar federalmente o direito ao aborto, revogado pela Suprema Corte em 2022.
“Quem é o menor dos males, aquela senhora ou aquele cavalheiro? Não sei. Isso cabe à consciência de cada um”, concluiu Francisco.
As declarações foram feitas após uma viagem de 12 dias pelo Sudeste Asiático e Oceania, que incluiu paradas na Indonésia, Papua-Nova Guiné, Timor Leste e Singapura. Esta turnê foi uma das mais desafiadoras de seu papado, especialmente aos 87 anos e enfrentando problemas de saúde que exigem o uso de uma cadeira de rodas.
Nos Estados Unidos, cerca de 52 milhões dos aproximadamente 340 milhões de habitantes são católicos. Em estados-chave como Pensilvânia e Wisconsin, onde a preferência entre candidatos democratas e republicanos é incerta, mais de 20% dos adultos se declaram católicos. Desde as eleições de 2007, as prioridades políticas da Igreja Católica têm destacado a “ameaça do aborto” como uma preocupação principal para seus fiéis.