Países descartam retirar funcionários da Coreia do Norte
Ditadura asiática disse que não terá como garantir a segurança com a escalada de tensões na região. Para EUA, novo teste com míssil não seria surpresa
Por Da Redação
5 abr 2013, 17h11
Rússia e Grã-Bretanha ignoraram o alerta feito pela Coreia do Norte a representações estrangeiras nesta sexta-feira. A ditadura asiática disse que a segurança do pessoal diplomático não poderia ser assegurada com o aumento da tensão na península coreana. Em resposta, os governos russo e britânico disseram não ter planos imediatos de evacuar seus escritórios em Pyongyang. A ONU também informou que manterá suas equipes no país.
“Nenhuma decisão foi tomada e não temos planos imediatos de evacuar nossa embaixada”, diz um comunicado do Ministério de Relações Exteriores britânico, acrescentando que o governo está consultando parceiros internacionais sobre a situação na região.
O ministério considerou o alerta uma tentativa do Norte de criar a impressão de que há um risco iminente de um ataque por parte dos Estados Unidos, informou o jornal britânico The Guardian. Uma funcionária do ministério, citada pelo jornal, lembrou que a Convenção de Viena de 1961 estabelece que os países devem proteger as missões diplomáticas em seu território.
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“A Coreia do Norte tem responsabilidade de proteger as missões diplomáticas, e acreditamos que esse passo foi tomado como parte de sua retórica contínua de que os Estados Unidos impõem uma ameaça ao país”, disse a porta-voz, que não foi identificada. Segundo a fonte, a Grã-Bretanha está avaliando alterar os conselhos de viagem em relação à Coreia do Norte.
Analistas na Rússia e na Coreia do Sul acreditam que a advertência do Norte não é uma indicação de que Pyongyang considera uma ação militar, mas sim, parte das constantes ameaças calculadas para intimidar os Estados Unidos e seus aliados na Ásia.
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“Eu não acho que eles estão fazendo isso porque eles acham que vai ocorrer uma guerra”, disse ao jornal The New York Times Kim Yong-hyun, professor da Universidade Dongguk, em Seul. “Em vez disso, é parte de uma campanha psicológica calculada para aumentar a sensação de crise e atrair atenção internacional”.
Outro especialista citado pelo diário americano diz que se um conflito estivesse próximo, a Coreia do Norte dificilmente teria pedido a saída dos diplomatas, especialmente da Rússia e China, cuja presença poderia ajudar a proteger a cidade. “Se Pyongyang estivesse pronta para um conflito armado em curto prazo, dificilmente pediria para as missões estrangeiras deixarem o país”, disse Aleksandr Zhebin, especialista em Coreia da Academia de Ciências da Rússia.
O chanceler russo, Sergei Lavrov, disse que Moscou está “profundamente preocupada com a escalada de tensão, que até agora é verbal”. E acrescentou que tenta entender se a Coreia do Norte fez uma proposta ou se decidiu evacuar as embaixadas. “Queremos entender os motivos por trás desta proposta”.
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Um representante da chancelaria da Suécia disse que o governo norte-coreano “não urgiu” que a embaixada fosse evacuada, mas ofereceu ajuda para quem quisesse deixar o país. Acrescentou que a representação continua aberta e em funcionamento.
Um porta-voz do governo da Polônia disse que o país considerou o aviso de Pyongyang “uma forma inadequada de aumentar a pressão e nós, obviamente, achamos que não há riscos de fora da Coreia do Norte”. O funcionário acrescentou que a representação polonesa no país não vê necessidade de retirada da equipe.
A ONU também descartou retirar seus funcionários da Coreia do Norte. “Nosso pessoal continua engajado em seu trabalho humanitário e de desenvolvimento em todo o país”, disse o porta-voz Martin Nesirky.
Ele acrescentou que o secretário-geral, Ban Ki-moon, segue “profundamente preocupado com a escalada das tensões” na península coreana. “É dever das autoridades da Coreia do Norte reduzir a tensão, afinal, foram as autoridades norte-coreanas que deram várias declarações nos últimos dias, na verdade semanas, que o secretário-geral e outros disseram ser alarmantes”.
Lançamento de míssil – O porta-voz da Casa Branca Jay Carney disse que os Estados Unidos não ficariam surpresos com um novo teste de míssil na Coreia. “Não ficaríamos surpresos em vê-los realizarem tal ação. Nós já vimos outros lançamentos de mísseis no passado”.
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Em abril do ano passado, a Coreia do Norte lançou um foguete de longo alcance que caiu no mar. Em dezembro, outro foguete foi lançado e Pyongyang declarou que a missão foi bem-sucedida. Em fevereiro deste ano, desafiando as pressões internacionais, o país realizou um teste nuclear subterrâneo.
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