Pai e irmão de Macri são chamados a depor por escândalo de corrupção
Convocação faz parte do processo dos "cadernos de propina" durante os governos de Néstor e Cristina Kirchner
Um juiz convocou Franco e Gianfranco Macri, pai e irmão do presidente argentino, Mauricio Macri, para prestar depoimento em um tribunal de Buenos Aires na próxima quinta-feira, 13, sobre suposta participação no escândalo de corrupção entre empresários e funcionários dos governos de Néstor e Cristina Kirchner (2003-2015).
Os pagamentos teriam sido feitos para que o Grupo Socma, uma das empresas da família Macri, vencesse a licitação de dois trechos de rodovias. A convocação de Franco e Gianfranco ocorre após declarações do ex-diretor do órgão de controle de obras viárias Claudio Uberti, que colabora com a Justiça.
Segundo a agência argentina Télam, ambos os familiares do líder argentino foram citados pelo juiz Claudio Bonadio, que conduz o processo dos “cadernos de propina”, esquema que envolve alguns dos mais importantes empresários do país, acusados de pagar subornos milionários para obter contratos públicos durante os mandatos kirchneristas.
Eduardo Eurnekian, poderoso empresário à frente da Corporación América – que administra terminais de aeroportos na Argentina e em outros países da América Latina – também foi chamado a depor.
Um primo do presidente argentino, Angelo Calcaterra, já foi envolvido nesse caso por suposta participação no esquema de corrupção de sua empresa IECSA, que até 2007 pertencia ao grupo Socma.
Calcaterra declarou que deu dinheiro não registrado para a campanha presidencial do kirchnerismo em 2015 e ficou em liberdade por colaborar com a Justiça. Seu nome também aparece em outro processo aberto por irregularidades em uma obra ferroviária da qual a empreiteira brasileira Odebrecht participou.
Buscas já foram realizadas na casa da ex-presidente Cristina Kirchner, citada no caso como “chefe de associação ilícita”. Em agosto, duas de suas três residências foram alvo de ações de busca e apreensão. O juiz Bonadio pediu seu impeachment como senadora para que ela cumpra prisão preventiva. O Senado não aprovou a medida.