Otávio Brandelli será secretário-geral do Itamaraty no governo Bolsonaro
Escolha acalma diplomatas, ainda nervosos com a possibilidade de uma 'caça às bruxas' ser movida pelo gabinete de Ernesto Araújo

O futuro chanceler Ernesto Araújo anunciou nesta quarta-feira, 5, a escolha de Otávio Brandelli para o segundo posto mais elevado do Itamaraty, a Secretaria-Geral das Relações Exteriores. Promovido neste ano a embaixador, Brandelli atualmente é o diretor do Departamento de Mercosul do ministério.
A escolha havia sido antecipada na terça-feira por VEJA. Ocupar este cargo significa alcançar o topo da carreira diplomática. O posto de ministro das Relações Exteriores, mesmo que seja ocupado por um diplomata, tem sempre a conotação de escolha política do presidente da República.
O anúncio de Brandelli como o “braço-direito” de Araújo no Itamaraty foi feita pelo Twitter.
https://twitter.com/ernestofaraujo/status/1070435847282089985
O futuro secretário-geral das Relações Exteriores, de 54 anos, teve como posto mais recente no exterior a representação do Brasil junto à Associação Latino Americana de Integração (Aladi), em Montevidéu. Assim como Araújo, é gaúcho e tem vasta experiência nas negociações do bloco sul-americano. Também como o chanceler do futuro presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, Bradelli jamais chefiou uma embaixada.
Na terça-feira 4, seu nome já circulava nos corredores do Itamaraty como a escolha de Araújo. Os rumores vinham com certo alívio, diante do nervosismo com uma possível caça às bruxas ditada pelo gabinete do chanceler aos diplomatas que serviram – com ardor ou simplesmente por dever de ofício – aos governos petistas em posições de destaque.
Brandelli é considerado como um diplomata competente, inteligente e simpático. Como secretário-geral, terá como principais tarefas auxiliar Araújo nas questões de Política Externa e fazer funcionar a máquina burocrática do Itamaraty.
Nas próximas semanas, todos os atuais subsecretários do Itamaraty – comandantes das diferentes áreas da Política Externa – deverão colocar seus cargos à disposição de Araújo. Caberá ao futuro chanceler, auxiliado por Brandelli, definir essa equipe e dar posse aos escolhidos logo nos primeiros dias do novo governo.