Os hospitais ‘à prova de guerra’ no subsolo de Jerusalém; veja fotos e vídeos
Conflito Israel-Irã é teste de fogo para complexo médico abaixo da superfície, que floresceu após ataques do Hamas

Faz uma semana que o Irã faz chover bombas sobre Tel Aviv e outras cidades israelenses, em reação aos intensos ataques de Israel que acendem os céus de Teerã desde 13 de junho. Desta vez, conseguiu furar o chamado Domo de Ferro, atingindo prédios (incluindo um hospital no sul do país, como ocorreu na quinta-feira 19).
Segundo o diretor do hospital Soroka, Shlomi Kodes, um prédio cirúrgico que havia sido evacuado nos últimos dias foi atingido e ao menos 40 pessoas ficaram feridas. Localizado a cerca de 40 km de Gaza, o local tratou soldados israelenses feridos em Gaza nos últimos 20 meses, de acordo com a mídia israelense. O Irã afirmou que o alvo era uma base militar e de inteligência israelense, não a unidade de saúde.
Além do arsenal imponente, Israel conta com outras cartas na manga para enfrentar o que parece se desenhar como uma guerra de atrito com o arqui-inimigo, também armado até os dentes, no Oriente Médio. Enquanto sirenes que alertam para ataques soam lá em cima, o subsolo de Jerusalém foi transformado em fortaleza médica.
O hospital Ein Kerem abriga, quatro andares abaixo da superfície, vinte salas cirúrgicas pressurizadas, sistemas autônomos de ar e água, além de 240 leitos hospitalares. A poucos quilômetros de distância, fica o Monte Scopus, erguido nos primeiros dias após os ataques do Hamas, em 7 de outubro de 2023 – 140 leitos distribuídos dois andares abaixo do Centro de Reabilitação Gandel, que antecipou sua abertura em quatro meses devido ao conflito, com departamentos inteiros transferidos para o subsolo.



Com investimento de US$ 360 milhões e 380 leitos distribuídos em dois complexos subterrâneos, o sistema médico do grupo Hadassah faz cirurgias de alta complexidade e mantém UTIs neonatais mesmo sob bombardeios – “à prova de guerra”. Quando sirenes soam, dezenas de profissionais se organizam em questão de horas para transferir pacientes e reativar os sistemas de emergência.
“Quando o assunto é salvar vidas, não dá para parar”, afirma o médico Ahmed Nama, chefe da Unidade de Trauma do Ein Kerem.

Desde outubro de 2023, o hospital – cuja infraestrutura permite ventilação artificial e sistemas de oxigênio mesmo durante bombardeios – registrou aumento de mais de 40% nos atendimentos emergenciais, com mais de 500 pacientes críticos tratados no complexo. Por conta disso, há planos para expandir ainda mais sua capacidade, com a construção de seis novas salas cirúrgicas subterrâneas.
A construção dos complexos subterrâneos foi viabilizada através de parcerias com a Organização Feminina Hadassah da América, a Hadassah Internacional (uma rede global de voluntários fundada em 1983) e doadores de todo o mundo.

