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Oposição sul-coreana pede que partido governista apoie impeachment do presidente

Parlamento votará neste sábado, 14, segunda tentativa de destituir Yoon; deputados da sigla no poder são necessários para alcançar quórum

Por Da Redação 13 dez 2024, 15h27

Em meio a uma crise constitucional, o líder da oposição na Coreia do Sul, Lee Jae-myung, pediu que os deputados Partido do Poder Popular (PPP) apoiem uma moção de impeachment contra o presidente do país, Yoon Suk Yeol, que é membro da legenda. O apelo ocorre um dia antes da votação na Assembleia Nacional marcada para este sábado, 14, suscitada pela altamente polêmica imposição da lei marcial por Yoon, revogada quase que imediatamente pelos parlamentares.

A medida, decretada no início de dezembro sob a justificativa de possíveis irregularidades nas eleições parlamentares de abril, ações “anti-estatais” da oposição e uma “ameaça comunista” da Coreia do Norte, foi duramente criticada por ser considerada um ataque à democracia. Apesar de Yoon ter revertido a lei marcial seis horas depois do seu anúncio, assim que a Assembleia Nacional votou para rejeitá-la, a decisão agravou a instabilidade política no país e desencadeou pedidos generalizados por sua renúncia.

Embora o presidente tenha sobrevivido à primeira tentativa de impeachment, no sábado passado, a pressão dentro do PPP aumentou. Apenas dois membros da legenda apoiaram a oposição na primeira votação, mas agora pelo menos sete indicaram que podem votar pelo afastamento de Yoon.

Embora esteja perto, são necessários oito votos do PPP para atingir a marca de 200, o necessário para aprovar a moção, que depois seria avaliada pelo Tribunal Constitucional. A corte, a partir de então, tem até seis meses para decidir se remove Yoon do cargo. Em caso de destituição, novas eleições presidenciais deverão ser realizadas em até 60 dias.

Durante coletiva de imprensa, Lee, líder da principal força de oposição, o Partido Democrata, reforçou que o impeachment é “a maneira mais rápida e eficaz de restaurar a ordem” no país.

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Enquanto isso, o líder sul-coreano acusou a oposição de “paralisar o governo” e defendeu a imposição da lei marcial, sugerindo, sem provas, que ataques cibernéticos norte-coreanos comprometeram a Comissão Eleitoral, o que teria provocado a má performance de seu partido nas últimas eleições parlamentares. O secretário-geral da comissão, por sua vez, negou qualquer possibilidade de fraude, destacando que as eleições, realizadas por meio de voto impresso, já tiveram todas as denúncias de irregularidades rejeitadas pela Justiça.

Impactos diplomáticos e econômicos

As ações sul-coreanas subiram pela quarta sessão consecutiva nesta sexta-feira, na expectativa de que a instabilidade política diminua após a votação de impeachment. O Ministério das Finanças do país anunciou que tomará medidas adicionais para estabilizar os mercados caso haja volatilidade excessiva após o resultado do processo.

O ministro das Relações Exteriores, Cho Tae-yul, alertou que a imposição da lei marcial causou “danos significativos” à capacidade diplomática da Coreia do Sul, apontando que a medida poderia comprometer décadas de avanços democráticos.

Representantes internacionais, incluindo o vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Kurt Campbell, expressaram preocupações com a medida, considerando-a “profundamente problemática” e “ilegítima”. No entanto, tanto Washington quanto outros aliados ocidentais de Sul, que anteriormente haviam elogiado Yoon como um defensor da democracia na Ásia, optaram em grande parte pelo silêncio enquanto a crise se desenrola por lá.

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