Oposição exige que Scholz convoque eleições na Alemanha após coalizão colapsar
Demissão de ministro das Finanças levou um dos partidos que sustentavam o governo a abandonar o navio, resultando em uma gestão sem maioria
O Partido Conservador da Alemanha, uma das principais forças de oposição no país, exigiu nesta quinta-feira, 7, que o chanceler Olaf Scholz dê sinal verde a um voto de confiança imediato no Parlamento e para convocar eleições para janeiro, um dia após sua instável coalizão de três partidos entrar em colapso e mergulhar o país em indefinição.
A coalizão se desfez na quarta-feira, 6, após Scholz demitir o ministro das Finanças, Christian Lindner, líder do Partido Liberal Democrático (FDP). A legenda era um dos três pilares que sustentavam a coalizão governamental que lidera o país desde 2021. O chefe de Estado justificou que era inaceitável o ministro se opor ao seu plano de suspender o freio da dívida interna novamente, com o objetivo de levantar mais fundos para a Ucrânia.
Isso levou o FDP a deixar o governo, abandonando o Partido Social Democrata (SPD) de Scholz e o Partido Verde. A ruptura criou um vácuo de liderança no coração da Europa e dificulta a organização de uma resposta unificada do Velho Continente à eleição do republicano Donald Trump nos EUA – visto que ele prometeu impor uma tarifa universal de 10% sobre as importações e lançou diversas ameaças ao futuro da Otan.
Voto de confiança
Friedrich Merz, líder dos Partido Conservador da Alemanha (que lidera as pesquisas eleitorais nacionais), pediu um voto de confiança imediatamente, “no início da próxima semana, no máximo”. E as próximas eleições, para ele, podem ocorrer na segunda quinzena de janeiro do ano que vem, uma posição que foi ecoada por outras legendas da oposição.
“Simplesmente não podemos nos dar ao luxo de ter um governo sem maioria na Alemanha por vários meses, seguido por uma campanha eleitoral por mais vários meses e, então, possivelmente, várias semanas de negociações de coalizão”, disse ele a repórteres nesta quinta-feira.
O chanceler alemão, por sua vez, afirmou que realizaria um voto de confiança em janeiro — que ele provavelmente perderia —, desencadeando novas eleições até o final de março. Ou seja, seis meses antes do previsto, já que o pleito estava programado para setembro de 2025.
Por enquanto, um porta-voz do governo afirmou que Joerg Kukies, um alto funcionário do Ministério das Relações Exteriores e aliado próximo de Scholz no SPD, será nomeado ministro das Finanças.