Oposição e governo da Venezuela terminam rodada sem avanço na Noruega
Negociações continuarão em Oslo, apesar de Nicolás Maduro afirmar que não vai largar a Presidência e de Juan Guaidó apresentar o seu plano de transição
A segunda rodada de negociações entre oposição e governo na Venezuela, em Oslo, terminou sem sem acordo. Foi o que informou o Centro de Comunicação Nacional, gabinete que representa o líder oposicionista Juan Guaidó, em sua conta oficial no Twitter na tarde desta quarta-feira, 29. Mas ambos os lados concordaram em continuar as discussões mediadas pela Noruega.
Durante a reunião em Oslo, o gabinete do autoproclamado presidente da Venezuela disse ter apresentado um roteiro para encerrar com a Presidência de Nicolás Maduro, instalar um governo de transição e realizar eleições livres, que “resolveriam a tragédia que a Venezuela está sofrendo”.
Seu gabinete não forneceu detalhes sobre os desentendimentos, mas Maduro dissera anteriormente que não se afastaria da Presidência. “Esta reunião terminou sem acordo. Nós insistimos que a mediação será útil para a Venezuela sempre que houver elementos que nos permitam avançar em apoio a uma verdadeira solução”, disse o gabinete de Guaidó no comunicado.
A anfitriã Noruega falou em “boa vontade” dos dois lados nesta segunda rodada de conversas. O gabinete da oposição venezuelana, por sua vez, informou que Guaidó está disposto a continuar o processo com o governo norueguês.
“As partes têm demonstrado sua boa vontade para progredir em busca de uma solução consensual e constitucional para o país, o que inclui questões políticas, econômicas e eleitorais”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Noruega.
Em seu comunicado, o governo norueguês conclamou os dois lados a demonstrarem discrição nos comentários públicos para não prejudicar o processo.
A Noruega tem uma longa tradição de mediação de conflitos, mas encara uma tarefa árdua para resolver a crise da Venezuela. A disputa entre governo e oposição envolve um xadrez geopolítico no qual dezenas de nações ocidentais e latino-americanas reconhecem Guaidó, enquanto a Rússia, a China, o Irã e a Turquia apoiam Maduro.
(Com Reuters)