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ONU diz que ajuda humanitária não foi distribuída em Gaza e que verificação de Israel tem sido lenta

Porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, afirmou que dezenas de caminhões de farinha, remédios e suprimentos nutricionais conseguiram entrar no enclave

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 Maio 2025, 17h44

As Nações Unidas afirmaram nesta terça-feira, 20, que ainda nenhuma ajuda humanitária foi distribuída na Faixa de Gaza, um dia após o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, permitir a entrada de suprimentos pela primeira vez desde 2 de março. O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, disse que dezenas de caminhões de farinha, remédios e suprimentos nutricionais entraram no enclave, mas que o processo israelense de verificação tem sido lento, enquanto quase toda a população de Gaza enfrenta “risco crítico” de fome.

“As autoridades israelenses estão exigindo que descarreguemos suprimentos no lado palestino da passagem de Kerem Shalom e os recarreguemos separadamente assim que garantirem o acesso da nossa equipe de dentro da Faixa de Gaza”, explicou Dujarric, ao informar a demora para a distribuição dos produtos.

“Hoje, uma de nossas equipes esperou várias horas pela autorização israelense para acessar a área de Kerem Shalom e coletar os suprimentos nutricionais. Infelizmente, eles não conseguiram trazer esses suprimentos para o nosso depósito”, acrescentou.

A população da Faixa de Gaza, composta por 2,3 milhões de pessoas antes da guerra, está em “risco crítico” de fome e enfrenta “níveis extremos de insegurança alimentar”, apontou um relatório da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC), apoiada por agências das Nações Unidas, grupos de ajuda e governos.

O documento indicou que o cesar-fogo, que durou de janeiro a março, “levou a um alívio temporário” em Gaza, mas as novas hostilidades israelenses “reverteram” as melhorias. Cerca de 1,95 milhão de pessoas, ou 93% da população de Gaza, vivem níveis de insegurança alimentar aguda. Desse número, mais de 244 mil enfrentam graus “catastróficos”. A fome generalizada, segundo a pesquisa, é “cada vez mais provável” no território. No momento, meio milhão de palestinos, um em cada cinco, estão famintos em Gaza.

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Permissão de Netanyahu

Na segunda-feira, 19, as Forças de Defesa de Israel (FDI) permitiram a entrada na Faixa de Gaza de caminhões com suprimentos de ajuda humanitária, poucas horas depois de o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciar, em meio à forte pressão internacional, a liberação do transporte de mantimentos, bloqueados desde 2 de março. Ao todo, segundo as FDI, cinco caminhões com itens que incluem alimentos para bebês entraram na Faixa de Gaza pela travessia de Kerem Shalom, na tríplice fronteira entre Israel, Egito e Faixa de Gaza.

Antes do anúncio, Netanyahu havia afirmado que Israel irá “tomar controle” de toda a Faixa de Gaza, na esteira do anúncio da retomada de operações terrestres no final de semana e de extensos ataques aéreos que deixaram mais de 100 mortos e destruíram instalações médicas no norte do enclave no domingo, 18.

Pressão internacional

Ainda na segunda-feira, uma declaração conjunta de 22 países demandou que Israel “permita a retomada total da ajuda a Gaza” de forma imediata após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, permitir a entrada “mínima” de suprimentos ao enclave palestino.

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O comunicado foi assinado por Alemanha, Austrália, Canadá, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Islândia, Irlanda, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Portugal, Eslovênia, Espanha, Suécia e Reino Unido. Antes, Reino Unido, França e Canadá já haviam ameaçado tomar “ações concretas” contra Israel — nesta terça-feira, o governo britânico suspendeu negociações de livre comércio com Tel Aviv e anunciou novas sanções contra assentamentos na Cisjordânia.

A nota definiu a entrada “mínima” de ajuda humanitária como “totalmente inadequada”. O trio se opôs “a qualquer tentativa de expandir os assentamentos na Cisjordânia” e afirmou que, apesar de apoiar o direito de defesa israelense, a resposta militar em Gaza era desproporcional. Mais de 51 mil palestinos foram mortos desde o início da guerra entre Israel e o grupo palestino radical Hamas, em outubro de 2023.

“Não ficaremos de braços cruzados enquanto o governo Netanyahu realiza essas ações atrozes. Se Israel não cessar a nova ofensiva militar e suspender suas restrições à ajuda humanitária, tomaremos novas medidas concretas em resposta”, alertou o comunicado, acrescentando que a linguagem de políticos israelenses sobre realocar palestinos era “abominável”.

 

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