ONU dá sinal verde para Japão liberar água contaminada de Fukushima no mar
Após avaliação de dois anos, Agência Internacional de Energia Atômica diz que plano segue padrões segurança e impacto radiológico será 'insignificante'
![Rafael Grossi (L), Director General of the International Atomic Energy Agency (IAEA), presents IAEA's comprehensive report on Fukushima Treated Water Release to Japan's Prime Minister Fumio Kishida during their meeting at the prime minister's residence in Tokyo on July 4, 2023. (Photo by Eugene Hoshiko / POOL / AFP)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/07/000_33MC389.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão regulador nuclear das Nações Unidas, aprovou nesta terça-feira, 4, o plano do Japão para despejar no mar a água radioativa tratada da usina de Fukushima, destruída por um tsunami em 2011. Ainda há, contudo, forte oposição da China e de parte da população japonesa.
Após uma revisão de dois anos, a AEIA informou que os planos do Japão são consistentes com os padrões globais de segurança e que teriam um “impacto radiológico insignificante para as pessoas e o meio ambiente”.
Rafael Grossi, chefe da AIEA, disse a repórteres no Japan National Press Club, onde foi recebido por um pequeno grupo de manifestantes, que tentaria acalmar as preocupações persistentes dos habitantes. Além disso, funcionários da AIEA devem monitorar a liberação da água na usina de Fukushima – processo que deve durar de 30 a 40 anos no total.
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O governo do Japão afirma que o processo é seguro, pois a água usada para resfriar os reatores da usina de Fukushima – suficiente para encher 500 piscinas olímpicas – foi tratada. A maioria dos elementos radioativos, exceto o trítio, um isótopo de hidrogênio que é difícil de separar da água, foram removidos. A água tratada será diluída para que os níveis de trítio fiquem abaixo do limite antes de ser liberada no Pacífico.
Tóquio não especificou quando vai iniciar a operação e depende da aprovação oficial do órgão de regulação nuclear nacional da Tokyo Electric Power (Tepco), que pode chegar ainda esta semana.
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Sindicatos de pescadores japoneses há muito se opõem ao plano, dizendo que ele prejudicaria a reputação do Japão. Vários países proibiram a importação de alguns produtos alimentícios japoneses após o desastre de 2011. Uma petição contra o projeto reuniu mais de 250 mil assinaturas desde que a proposta foi feita pela primeira vez.
Alguns países vizinhos também reclamaram sobre a ameaça ao ambiente marinho e à saúde pública, com a China como o maior crítico. Pequim alegou nesta terça-feira que o argumento do Japão sobre os níveis de trítio na água tratada era um “conceito completamente confuso e opinião enganosa”.
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“O Japão continuará a fornecer explicações ao povo japonês e à comunidade internacional de maneira sincera, baseada em evidências científicas e com alto nível de transparência”, disse o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, ao se encontrar com Grossi.
Grossi visitará a usina de Fukushima nesta quarta-feira, 5. Depois, seguirá para a Coreia do Sul, onde a população passou a estocar sal marinho e outros itens antes da liberação da água. Ele também deve visitar a Nova Zelândia e as Ilhas Cook, para tentar aliviar as preocupações sobre o plano.