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ONU condena plano de Israel para desmontar sistema de ajuda humanitária a Gaza

Governo israelense afirmou que assumiria controle da repartição de suprimentos no enclave, com empresas privadas e centros de distribuição limitados

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 Maio 2025, 10h08

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) condenou, nesta terça-feira, 6, o plano de Israel para desmontar o sistema de ajuda humanitária a Gaza. Na véspera, o gabinete de segurança israelense aprovou uma proposta para a “conquista” da totalidade do território palestino, que inclui o controle da distribuição de suprimentos a civis por meio de empresas privadas americanas.

“Não aceitamos uma proposta e um plano que não estejam à altura dos princípios humanitários fundamentais de imparcialidade, neutralidade e entrega independente de ajuda”, disse o porta-voz do OCHA, Jens Laerke, em Genebra.

O plano de Israel é “projetado para controlar e restringir ainda mais o fornecimento, o que é o oposto do que é necessário”, disse Laerke.

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Autoridades humanitárias avaliam que o território está à beira de uma catástrofe. Gaza enfrenta escassez de alimentos e combustível devido a um bloqueio total imposto por Israel em 2 de março.

Tel Aviv disse na segunda-feira que poderia permitir a entrada de uma quantidade limitada de suprimentos em Gaza, que seriam distribuídos a partir de um número reduzido de centros recém-construídos no sul do território, com funcionários terceirizados, mas protegidos por soldados israelenses. O plano é visto como impraticável, perigoso e potencialmente ilegal.

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“A questão é que não há mais ajuda para distribuir porque a operação de ajuda foi estrangulada. Não há mais nada para dar”, continuou Laerke. “(Em Gaza), eles precisam de água, alimentos e assistência médica, mas estão recebendo bombas.”

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Plano para a “conquista” de Gaza

Na segunda-feira, o gabinete de segurança de Israel aprovou um plano para a Operação Carros de Gideão, que, segundo uma autoridade israelense, envolveria “a conquista da Faixa de Gaza e a manutenção dos territórios”. A ofensiva intensificada envolveria o deslocamento da “maioria” de seus moradores e uma ocupação militar por tempo indeterminado.

Effie Defrin, principal porta-voz militar do país, afirmou que a ofensiva incluiria “a transferência da maior parte da população de Gaza para protegê-la”. Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro israelense, afirmou que “a população será transferida para sua própria proteção” em um vídeo publicado nas redes sociais, sem dar detalhes da operação.

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Nas últimas semanas, soldados israelenses reforçaram “zonas de proteção” com quilômetros de profundidade ao longo do perímetro da Faixa de Gaza e expandiram seu controle sobre grande parte do norte e do sul do território. Ao todo, mais de 70% do enclave está sob controle de Israel ou sob ordens emitidas pelo governo do país, exigindo que civis esvaziem bairros específicos.

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Quase todos os 2,3 milhões de habitantes de Gaza foram deslocados seguidamente desde o início da guerra, desencadeada pelo ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, no qual militantes mataram cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, e sequestraram outras 250. Mais de 52 mil palestinos foram mortos desde então. Um cessar-fogo de dois meses ruiu em meados de março, quando Tel Aviv se negou a implementar uma segunda fase em meio a impasses nas negociações.

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A perspectiva de uma nova e intensificada ofensiva israelense gerou profunda preocupação internacional. Jean-Noël Barrot, ministro das Relações Exteriores da França, chamou o plano israelense de “inaceitável” durante entrevista à rádio nesta terça-feira, e declarou que o governo do país está “violando o direito humanitário”.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores britânico afirmou que o Reino Unido não apoia a expansão das operações israelenses em Gaza, enquanto António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, se disse “alarmado” com um plano que “levará inevitavelmente à morte de inúmeros civis e à destruição de Gaza”.

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