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Obama chega à cúpula de Cartagena com menos carisma e mais obstáculos

Por Por Jordi Zamora
12 abr 2012, 14h17

O presidente americano Barack Obama chega nesta sexta-feira a Cartagena para sua segunda Cúpula das Américas com as mãos quase vazias de promessas, muito menos carisma e com delicados obstáculos diplomáticos para se esquivar, como as críticas à guerra contra as drogas.

Os Estados Unidos há tempos reconheceram publicamente que sua prioridade diplomática e econômica está na Ásia, para além da guerra no Afeganistão e das crises no Oriente Médio.

Enquanto isso, ao sul de suas fronteiras, “a América Latina se pôs de pé, as economias na maioria da América do Sul estão prosperando e há muitas opções além dos Estados Unidos”, sintetiza Cynthia Arnson, diretora do programa América Latina do centro de análises Woodrow Wilson.

“Esta cúpula simplesmente não tem nada a ver com a primeira” da qual Obama participou, em 2009, logo após sua chegada ao poder, quando fascinou os presidentes com sua bagagem pessoal e encanto político, opina Arnson.

No entanto, “três anos depois, os níveis de popularidade do presidente (Obama) estão muito acima de qualquer outro presidente da região, em todos os países”, assegurou à AFP Arturo Valenzuela, responsável da diplomacia americana para a América Latina entre 2009 e 2011.

“Já não existe uma ALBA ascendente, com os Estados Unidos na corda bamba”, acrescentou, em referência ao grupo de países liderado por Venezuela.

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Certamente “as relações são hoje em dia cordiais e livres de antagonismos do passado”, mas “também parecem carecer de vigor e rumo”, considera o centro Diálogo Interamericano em um informe especial.

Obama talvez seja popular entre os latino-americanos, mas parece ser já muito menos entre seus homólogos com os quais se encontrará durante a cúpula.

Boa parte dos presidentes centro-americanos se desesperam diante da violência sem fim da guerra contra o narcotráfico, sem resultados claros à vista e com uma ajuda oficial americana que ameaça diminuir regularmente devido ao Congresso.

Outros, como a presidente Dilma Rousseff, preferem se manter a uma distância prudente de uma potência que às vezes só parece interessada em oportunidades fáceis, como o petróleo em águas profundas, que libertaria Washington da incômoda dependência da Venezuela.

Washington esteve à altura de desafios como o golpe de Estado em Honduras, mas o mundo se tornou mais complexo, as oportunidades diplomáticas se abriram para todos os países, e o governo Obama parece cômodo ou resignado com isso.

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A China emprestou em 2010 mais de 37 bilhões de dólares à América Latina, mais que os Estados Unidos, o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento juntos.

Os Estados Unidos veem a América Latina como uma terra de oportunidades, mas, ao mesmo tempo, segue imperando a visão de que deve seguir ajudando a si mesma para resolver os problemas de pobreza extrema, de desigualdade, de reformas.

“O êxito econômico da região beneficia nossos interesses”, explicou nesta quarta-feira em uma coletiva de imprensa por telefone Ben Rhodes, um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional do presidente.

Quanto ao debate sobre a legalização das drogas, o governo Obama assegura estar disposto a ouvir os argumentos, mas o responsável para a América Latina do Conselho de Segurança Nacional, Dan Restrepo, assegurou a jornalistas que Obama também se lembrará dos deveres de todos os países da região.

“Não há consenso” para uma legalização, enfatizou Restrepo.

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