O saldo da passagem do furacão Melissa no Caribe
Uma das tempestades mais violentas no Atlântico dos últimos 150 anos, o fenômeno deixou um rastro de destruição que só agora começa a ser contabilizado
 
                Jamaica, Cuba, Bahamas e, em breve, Bermudas: embora o furacão Melissa tenha perdido força desde que devastou a Jamaica na terça-feira 28, a tempestade continuou sua trajetória destrutiva. Após se formar na costa das ilhas de Cabo Verde em 13 de outubro, percorreu mais de 7 mil quilômetros, tornando-se um dos furacões atlânticos mais poderosos em 150 anos.
Com ventos máximos sustentados de 150 km/h, o fenômeno ainda representa um perigo, trazendo chuvas fortes e aumento de até 2 metros no nível do mar ao atingir o arquipélago das Bahamas na noite de quarta-feira. O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), em Miami, continua alertando sobre “condições potencialmente mortais” em seus boletins meteorológicos, que publica a cada três ou quatro horas.
Número de mortos
O furacão já deixou mais de 30 mortos. O número de vítimas pode aumentar ainda mais, à medida que socorristas conseguem acessar as áreas mais atingidas.
Ao menos sete foram confirmados mortos na Jamaica. “As condições aqui são devastadoras. ‘Catastrófico’ é um termo brando considerando o que estamos observando”, disse Richard Solomon, prefeito da cidade de Black River, no sudoeste do país, uma cidade “completamente destruída”, segundo ele.
 
    O Haiti registrou o maior número de vítimas, devido às chuvas incessantes que castigaram a ilha na última semana, provocando inundações, mesmo após a passagem do olho do furacão, de categoria 5 na escala Saffir-Simpson, pelo país.
Na quarta-feira, pouco antes do amanhecer, um rio transbordou em Petit-Goâve, no sul do país, matando pelo menos 20 pessoas, incluindo 10 crianças, enquanto outras 10 ainda estão desaparecidas, segundo a imprensa haitiana. O número provisório de mortos agora é de 24, com 18 desaparecidos no país desde o início das tempestades.
Isolados e desabrigados
Cerca de 140 mil jamaicanos ficaram totalmente isolados devido à tempestade que assolou a ilha, segundo o governo. Aproximadamente 77% do país ficou sem energia elétrica após a passagem do Melissa, afirmou um porta-voz. A infraestrutura do país foi duramente atingida, ficando “severamente comprometida”, de acordo com Desmond McKenzie, ministro do governo local e desenvolvimento comunitário da Jamaica.
Em Cuba, o furacão tocou o solo na madrugada de quarta-feira perto da cidade de Santiago, que tem meio milhão de habitantes. Seis províncias do sul do país sofreram danos enormes devido aos ventos, que chegaram a 195 km/h, e às chuvas torrenciais. “A noite foi muito difícil. Os danos são consideráveis”, escreveu o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, nas redes sociais. Cerca de 735 mil cubanos foram evacuados de suas casas.
 
    “Houve deslizamentos de terra e inundações muito severas devido às chuvas, que ultrapassaram os 300 milímetros em alguns lugares”, disse Claudia Marín Suárez, pesquisadora do Centro de Pesquisa de Política Internacional (CIPI), órgão vinculado ao Ministério das Relações Exteriores de Cuba. “Alguns lugares ainda estão isolados do mundo, e muitas pessoas estão preocupadas porque não conseguem entrar em contato com seus familiares nessas áreas”, disse Marín Suárez, moradora de Havana, cidade que não foi atingida pelo ciclone.
As Bahamas mantiveram ordens de evacuação para seis de suas trinta ilhas habitadas.
 
    Ajuda externa
O Reino Unido anunciou na quarta-feira o envio de 2,5 milhões de libras (cerca de R$ 17,7 milhões) em fundos humanitários de emergência para o Caribe.
O embaixador da China em Cuba compartilhou um vídeo nas redes sociais mostrando centenas de caixas etiquetadas como “kits para famílias” sendo transportadas de um armazém.
O presidente americano, Donald Trump, autorizou na quarta-feira uma “resposta imediata dos Estados Unidos” para mobilizar apoio às comunidades afetadas no Caribe, de acordo com um comunicado divulgado pelo Departamento de Estado.
Em poucas horas, o secretário de Estado, Marco Rubio, “desdobrou uma Equipe Regional de Resposta a Desastres, incluindo equipes de busca e resgate urbanas, para avaliar as necessidades e fornecer assistência em buscas e recuperação”, disse o comunicado. O departamento está colaborando com agências da ONU, ONGs e governos locais para fornecer alimentos, água, suprimentos médicos, kits de higiene, abrigo temporário e apoio em buscas e resgates.
 
    O governo jamaicano lançou um site oficial para os esforços de socorro, onde os usuários podem acessar atualizações sobre locais alagados ou estradas bloqueadas e localizar abrigos.
Mudanças climáticas
No Caribe, águas mais quentes que a média, combinadas com ventos pouco intensos em altitudes mais elevadas, criaram o combustível perfeito e as condições ideais para que o furação se intensificasse. O Melissa ganhou força com rapidez, passando de uma tempestade tropical com ventos de 110 km/h na manhã de sábado para um furacão de categoria 4 com ventos de 225 km/h na manhã de domingo.
Na terça-feira, o fenômeno havia se transformado em um furacão de categoria 5, com ventos de até 298 km/h, empatando com outros quatro furacões como a segunda tempestade mais forte já registrada no Atlântico desde o início da série histórica, em 1851.
Melissa é a 13ª tempestade a ganhar nome nesta temporada de furacões no Atlântico, que vai de 1º de junho a 30 de novembro. A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA previu uma temporada acima do normal, com 13 a 18 tempestades poderosas e, portanto, batizadas. Cientistas afirmam que a intensificação da força e frequência de fenômenos climáticos como esses está diretamente conectada às mudanças climáticas.
 
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