O que é o ‘Gold Card’, a ‘venda’ de cidadania americana por US$5 milhões proposta por Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reforçou nesta quarta-feira, 26, que seu programa de venda de cidadania americana para imigrantes que pagarem 5 milhões de dólares, chamado “gold card” (cartão ouro), deve entrar em vigor dentro de duas semanas.

“Vamos vender um cartão ouro”, disse Trump um dia antes, quando levantou o tema pela primeira vez. “Você tem um green card. Este é um cartão ouro. Vamos colocar um preço de cerca de US$ 5 milhões e isso vai lhe dar privilégios de green card, além de ser uma rota para a cidadania. E pessoas ricas virão para o nosso país comprando este cartão”.

Segundo o presidente, a venda dos cartões ouro será importante para abatimento da dívida dos EUA. Enquanto a mídia da dívida global em relação ao PIB no terceiro trimestre de 2024 foi de 97,5%, o principal indicador de solvência dos países ficou em 119,2% nos EUA.

O público será formado por “pessoas ricas e muito bem-sucedidas, que vão gastar muito dinheiro, empregar muitas pessoas e pagar muitos impostos. Será um grande sucesso”, disse o republicano.

Até mesmo oligarcas russos, em boa parte isolados da comunidade internacional por sanções após a guerra na Ucrânia, poderiam ter acesso ao programa, segundo o presidente americano.

A ideia, segundo o secretário de Comércio, Howard Lutnick, é que o cartão substitua o programa de visto de investidor imigrante EB-5 do governo, que permite que investidores estrangeiros injetem dinheiro em projetos nos EUA que criam empregos e, então, solicitem vistos para imigrar para os EUA.

Criado pelo Congresso em 1992, o programa EB-5 pode conceder green cards a imigrantes que fizerem um investimento mínimo de US$ 1.050.000, ou US$ 800.000 em zonas economicamente carentes, para criar empregos para trabalhadores americanos, de acordo com o site do Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos.

Durante seu primeiro governo, Trump tentou aumentar o valor mínimo de investimento para US$ 900.000, em áreas carentes, e US$ 1,8 milhão, em outros locais, mas a tentativa foi bloqueada pela Justiça, já que o secretário interino de Segurança Interna que autorizou a regra não havia sido nomeado corretamente.