O que é a prisão de Evin, símbolo do regime iraniano que virou alvo de ataques de Israel
Fundada em 1972, construção é conhecida principalmente por abrigar presos políticos

Israel bombardeou nesta segunda-feira, 23, a prisão de Evin, considerada um dos símbolos mais poderosos do sistema de governo iraniano. O ataque atingiu com precisão o portão principal do centro de detenção no norte de Teerã.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, compartilhou imagens da prisão sendo atacada em sua conta no X (antigo Twitter), com a legenda em espanhol “vida longa à liberdade”. O veículo de notícias iraniano Mizan confirmou o ataque israelense a Evin e afirmou que parte do complexo foi danificado, mas que a situação estava sob controle. O jornal local Nournews afirmou que as famílias dos detidos “devem saber que eles estão seguros”.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, por sua vez, deixou claro que o país não está mais limitando seus ataques aos alvos iniciais declarados, como o programa nuclear e os mísseis do Irã. “As IDF (Forças de Defesa de Israel) estão atualmente atacando, com força sem precedentes, alvos do regime e órgãos de repressão governamental no coração de Teerã”, afirmou em comunicado.
O ataque contra a prisão de Evin ocorre dois dias depois dos Estados Unidos bombardearem três instalações nucleares no Irã.
Prisão de Evin
Fundada em 1972, a prisão de Evin é há muito tempo o principal local de detenção de presos políticos e de segurança no Irã. Inicialmente construída sob o regime do xá Mohammad Reza Pahlavi, a instalação foi reaproveitada após a Revolução Islâmica de 1979 como centro de detenção da inteligência iraniana.
Hoje, a prisão abriga entre 10 e 15 mil detentos — incluindo jornalistas, ativistas, acadêmicos, manifestantes, cidadãos com dupla nacionalidade e estrangeiros acusados de espionagem ou “inimizade contra Deus”.
O local tornou-se um centro de repressão política e tortura sistemática. Organizações de direitos humanos, como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch, denunciam há anos as práticas violentas adotadas em Evin, que incluem choques elétricos, espancamentos, isolamento extremo (conhecido como “tortura branca”) e abusos sexuais.