Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

O que a morte de Raisi significa para o Irã, e quem pode sucedê-lo?

Chega ao fim uma era curta, mas significativa, da política iraniana. O legado linha-dura e conservador de Raisi deve persistir em meio a onda de turbulência

Por Da Redação
Atualizado em 20 Maio 2024, 11h36 - Publicado em 20 Maio 2024, 10h32

O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, morreu, no domingo, 19, após seu helicóptero cair nas montanhas do norte do país. O governo iraniano afirmou nesta segunda-feira, 20, que continuará a operar “sem a menor interrupção”. “Garantimos à nação leal que o caminho do serviço continuará com o espírito incansável do aiatolá Raisi”, afirma o comunicado.

Mas o episódio gerou ainda mais incerteza sobre o futuro do país e do Oriente Médio, levando em conta que não só o líder político da nação pereceu, mas também o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, e outros altos funcionários do governo.

O legado de Raisi

Jurista islâmico conhecido pela sua estreita relação com o aiatolá Ali Khamenei, Raisi era considerado por muitos como um provável candidato à sucessão do idoso líder supremo do Irã. Agora, a morte de Raisi encerra uma era curta, mas transformadora, na política iraniana, que viu o país tornar-se ainda mais linha-dura — e ameaçou levar o Oriente Médio à beira de uma guerra regional.

Em quase três anos no poder, o presidente levou o Irã por uma direção extremamente conservadora e abraçou o papel de claro antagonista dos Estados Unidos na região. Ele também acelerou o programa nacional de enriquecimento de urânio e abandonou as negociações de um acordo para receber benesses em troca da contenção de seu programa nuclear. Em comparação, seu antecessor, Hassan Rouhani, fez acenos ao Ocidente usando justamente o programa nuclear da nação como moeda de troca.

O Irã sob o comando de Raisi também apoiou a Rússia na guerra contra a Ucrânia, com extensas exportações de drones e munições; aumento dos ataques de facções islâmicas aliadas do regime contra os Estados Unidos e Israel; e um ataque massivo de drones e mísseis contra o Estado israelense, que ocorreu apenas um mês antes da sua morte.

Continua após a publicidade

O que vem por aí

Analistas avaliam que, não importa quem substitua Raisi, é pouco provável que a sua abordagem linha-dura mude ou seja abandonada. Durante seus anos de governo, o modus operandi ultraconservador foi solidificado entre os mais altos escalões da liderança política e clerical do Irã.

De acordo com a Constituição iraniana, o primeiro vice-presidente, Mohammad Mokhber, deverá ocupar o cargo de chefe do gabinete durante os próximos 50 dias, até que sejam convocadas novas eleições. Se o último pleito presidencial, em 2021, serve de exemplo, é provável que Ali Khamenei e seus aliados se esforcem para garantir a vitória de seu novo candidato (como fizeram com Raisi na época), desqualificando potenciais rivais.

Apesar do “caminho claro” das regras constitucionais para a sucessão, há potencial para turbulência no topo da classe dominante do Irã. Raisi não tem sucessor claro. Com sua morte, Khamenei também já não tem. Nesse contexto, o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), o maior braço das forças armadas iranianas, que controla grandes áreas da economia do país, também poderia aproveitar a convulsão para ganhar mais poder — em uma espécie de golpe em câmera lenta.

Outro fator de turbulência: embora analistas vejam como improvável a ascensão de uma figura mais progressista nas eleições, a morte de Raisi pode criar uma janela de oportunidade para o ressurgimento de movimentos de protesto latentes.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.