O plano da Austrália para acabar com os vapes
Ministério da Saúde do país vai proibir importação de cigarros eletrônicos, moda entre os jovens, e ampliar restrições de consumo em 2024
O ministro da Saúde da Austrália, Mark Butler, anunciou nesta terça-feira, 28, que o o país traçou um plano para banir os vapes, ou cigarros eletrônicos, uma moda crescente entre os jovens mundo afora. Na primeira etapa do processo, o governo prometeu banir a importação dos cigarros eletrônicos descartáveis a partir de janeiro de 2024. .
Ainda de acordo com as informações divulgadas por Butler, a proibição será ampliada em março para incluir dispositivos recarregáveis. Apenas os vapes com fins terapêuticos ficam de fora das limitações, mas com a necessidade de uma autorização junto ao Escritório de Controle de Drogas.
O pacote inclui 75 milhões de dólares australianos (cerca de R$ 243 milhões) em financiamento extra para os órgãos responsáveis pelos controles alfandegários de produtos estrangeiros, e para ampliar as capacidades de fiscalização do setor farmacêutico.
As novas regras não serão aplicadas apenas entre os importadores, mas também ao produtores internos. O governo australiano sinalizou uma mudança da legislação ainda em agosto deste ano, e não poupa críticas ao dispositivo que uma em cada cinco pessoas com idades entre 18 e 24 anos utilizam no país.
“Este não é um item terapêutico para ajudar fumantes inveterados a abandonar o vício, mas um item que é deliberadamente direcionado às crianças para fazê-las ficarem viciadas em nicotina”, declarou Butler em entrevista coletiva.
Como forma de garantir o acesso a cigarros eletrônicos para consumidores que realmente querem deixar de fumar cigarros convencionais, as autoridades vão aumentar os poderes dos profissionais de saúde na prescrição de receitas quando os casos tiverem um apelo clínico.
No entanto, os vapes que forem usados com essa finalidade deverão seguir algumas normas. Entre elas, fica proibida a utilização de “sabores”, ou essências, aplicadas ao produto. Além disso, cigarros eletrônicos para combater o vício deverão ter níveis estipulados de nicotina e novas embalagens, que sejam menos apelativas ao público jovem.