O avião inédito da China para rivalizar com Airbus e Boeing
Produzida pela Corporação de Aeronaves Comerciais da China (COMAC), aeronave C919 fará voo inaugural no domingo
Rivalizando com o americano Boeing e o europeu Airbus, o primeiro grande avião de passageiros da China deve fazer seu voo comercial inaugural neste domingo, 28. Produzida pela Corporação de Aeronaves Comerciais da China (COMAC), a aeronave C919 foi submetida a uma série de testes desde dezembro de 2022.
Segundo o aplicativo da China Eastern Airlines, companhia área que conduzirá o lançamento, o voo MU 9191 partirá do Aeroporto Internacional de Xangai Hongqiao às 10h45, no horário local, com previsão de chegada ao Aeroporto Internacional da Capital de Pequim às 13h10. A empresa disse, ainda, que sorteará os passageiros entre os que se inscreveram para a inauguração do avião.
O bimotor C919 apresenta um corredor único e 164 assentos, configurados em duas classes: executiva e econômica. O avião comercial chinês tem um alcance de até 5.555 quilômetros, concorrendo com os gigantes do mercado Boeing e Airbus, dois maiores fabricantes de aeronaves do mundo. Seus jatos A320 e B737 são usados majoritariamente em voos domésticos e regionais internacionais.
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Organizado pelo governo de Xangai, o Relatório de Progresso de Ciência e Tecnologia de 2022 registrou o interesse de 32 clientes no avião, com 1.035 pedidos feitos no final do ano passado. A fabricação faz parte da estratégia “Made in China 2025”, que procura dar prioridade aos produtos confeccionados internamente para reduzir a dependência estrangeira.
O jato, no entanto, também contou com a participação de empresas ocidentais na sua construção. Os motores LEAP-1C, por exemplo, foram desenvolvidos pela CFM International, uma parceria entre a multinacional General Electric e a francesa Safran. Apesar das previsões de que a China só alcançaria o topo do mercado de avião em 2024, o país passou a comandar o setor a partir de maio de 2020, segundo dados dos analistas de aviação OAG.
De acordo com a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) os chineses seguem “liderando a recuperação global da atividade de aviação”, afetada pela pandemia de Covid-19. Aproveitando o crescimento no mercado de aviação, mais de 200 aeroportos adicionais estão com a construção planejada para os próximos 15 anos em diferentes partes da China.