Número de mortos pelo furacão Melissa sobe para 49 com danos de até US$ 52 bi
Maioria das vítimas fatais se concentra no Haiti, mas Jamaica diz que número deve aumentar à medida que operações de busca avançam
O número de mortos pelo furacão Melissa, que atravessou o Caribe com força destrutiva ao longo da semana, chegou a 49 nesta sexta-feira, 31, com danos estimados em até US$ 52 bilhões. A tempestade continua a castigar as Bermudas, embora tenha perdido intensidade, e segue para o norte, ao passo que equipes na Jamaica intensificam esforços para desobstruir estradas e resgatar pessoas em áreas isoladas.
No Haiti, o número de mortos subiu para 30, com outras 20 pessoas desaparecidas, informou a agência de defesa civil na quinta-feira. Outras 20 pessoas ficaram feridas, acrescentou. Pelo menos 23 das vítimas fatais, incluindo 10 crianças, morreram na cidade de Petit-Goave, no sul do país, quando um rio transbordou. Estradas, casas e plantações também foram danificadas pelas chuvas.
“É um momento triste para o país”, disse Laurent Saint-Cyr, chefe do conselho presidencial de transição do Haiti, a nação mais populosa do Caribe.
Na Jamaica, o número de mortos subiu de quatro para 19, mas pode aumentar à medida que os esforços de busca e resgate avançam, disse a ministra da Informação, Dana Morris Dixon. As Forças Armadas convocaram reservistas para reforçar as operações.
No leste de Cuba, as autoridades evacuaram cerca de 735 mil pessoas de suas casas com a aproximação da tempestade. Ela atingiu o país na quarta-feira e, até a publicação desta reportagem, não havia estimativa oficial dos danos nem relatos de mortes. Fotos de Santiago de Cuba, província no sudeste do país atingida pelo fenômeno, mostram pessoas cercadas por galhos de árvores e destroços nas ruas.
Em todo o arquipélago das Bahamas, por onde Melissa já passou, o governo transportou quase 1.500 pessoas em uma de suas maiores operações de evacuação.
A cerca de 1.100 km de distância do olho da tempestade, bermudenses se preparam para sua aproximação, prevista para o final da tarde na hora local. Espera-se que o furacão enfraqueça significativamente nesta sexta.
Tempestade histórica
Depois de atingir categoria 5, nível máximo da escala Saffir-Simpson, na terça-feira, quando tocou o solo da Jamaica, o Melissa passa pelas Bermudas nesta sexta como uma tempestade tropical de categoria 2, com ventos máximos de 155 km/h. Ela move-se a 61 km/h na direção nordeste. Na noite de quinta 30, as autoridades ordenaram o fechamento da ponte que conecta as ilhas do país e suspenderam as aulas e o serviço de balsas nesta sexta “por precaução”.
Kingston, capital da Jamaica, escapou dos piores danos e o principal aeroporto internacional foi reaberto para permitir o pouso de voos com ajuda humanitária. Autoridades relataram que algumas cidades ficaram submersas e que linhas de energia e torres de telefonia móvel caíram em grande parte do sudoeste do país.
“A devastação é enorme”, disse o ministro dos Transportes, Daryl Vaz.
Este foi o furacão mais forte a atingir a Jamaica desde o início da série histórica, em 1851. A tempestade trouxe ventos de até 298 km/h, muito acima do mínimo para um furacão de categoria 5.
Os meteorologistas da AccuWeather disseram que o furacão ficou em segundo lugar entre os mais fortes já registrados no Atlântico. A previsão indica danos e prejuízos econômicos entre US$ 48 bilhões e US$ 52 bilhões no Caribe Ocidental.
Mudanças climáticas
No Caribe, águas mais quentes que a média, combinadas com ventos pouco intensos em altitudes mais elevadas, criaram o combustível perfeito e as condições ideais para que o furação se intensificasse. O Melissa ganhou força com rapidez, passando de uma tempestade tropical com ventos de 110 km/h na manhã de sábado para um furacão de categoria 4 com ventos de 225 km/h na manhã de domingo.
Na terça-feira, o fenômeno havia se transformado em um furacão de categoria 5, com ventos de até 298 km/h, empatando com outros quatro furacões como a segunda tempestade mais forte já registrada no Atlântico desde o início da série histórica, em 1851.
Melissa é a 13ª tempestade a ganhar nome nesta temporada de furacões no Atlântico, que vai de 1º de junho a 30 de novembro. A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA previu uma temporada acima do normal, com 13 a 18 tempestades poderosas e, portanto, batizadas. Cientistas afirmam que a intensificação da força e frequência de fenômenos climáticos como esses está diretamente conectada às mudanças climáticas.
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